Na minha mais tenra infância
Eu descobri no cordel
As histórias mais profundas
Que se escreve no papel
Papai declamava os versos
Que me elevava ao “céu”.
 
Hoje já homem crescido
Nessa pátria, mãe gentil
Ao ler a grande notícia
Senti na barriga um frio
Por ver o cordel patrimônio
Cultural do meu Brasil.
 
Os franceses inventaram
Portugal colonizou
Nas caravelas vieram
E o nordeste adotou
De tão gostoso de ler
Pelo Brasil se espalhou.
 
Há quem diga que não gosta
Lógico que vou respeitar
Porém quem dele não gosta
Não vou nem classificar
Mas precisa urgentemente
A um psiquiatra consultar.
 
Pois ou é lelé da cuca
Ou não bate bem da bola
Não curte a nossa cultura
Nem sabe da nossa História
Vive apenas por viver
É um João sem memória. 
 
Mas vamos deixar aqui
Quem não gosta de cordel
Falemos dessa alegria
Que bela lua de mel
Nosso grande patrimônio
É cultura no papel.
 
Leandro Gomes de Barros
Nosso grande precursor
Pegou as velhas histórias
E em versos transformou
Tornou-se uma grande lenda
Nosso “Pelé” rimador.
 
Temos tantos outros nomes
Que não cabe em um só cordel
Mestre azulão, Patativa
Fizeram um grande papel
Silvino Pirauá
Todos já rimam no céu.
 
Manoel d’Almeida Filho
Temos também que lembrar
Manoel Camilo doas Santos
Seu nome também está
Lá no livro do “Senhor”
E rimando sem parar.
 
Porque até Jesus Cristo
Pra ter mais oportunidade
Levou ao céu muitos deles
Pra ficar mais a vontade

De apreciar as rimas
cantadas sem falsidade.


Assim peço a Jesus Cristo
Que quando ele me levar
Vou lhe fazer muitos versos
Espero lhe agradar
Porém Senhor eu te peço
Não precisa se apressar.

 
O cordel é uma arte
Quem ler parece que canta
Ler cordel nos apaixona
Nossa moral se levanta
Nosso grande patrimônio
Pois a todos ele encanta.
 
Diante a tantos ícones
Citado anteriormente
Eu que sou tão pequenino
Nesse mundarel de gente
Homenageio o cordel
Com essas rimas inocentes.
 
Porque eu ainda sou
Zé ninguém sem expressão
Em frente a tantos gigantes
Me sinto até anão
Rimando quem sabe um dia
Chegarei a perfeição.
 
E se um dia alguém
Esse cordel puder ler
Nem que seja uma só alma
Que me conceda o prazer
Já me dou por satisfeito
Por ter cheguedo a você.
 
Porém se ninguém o ler
Não serei desapontado
Porque a missão aqui
Não é ser chefe de Estado
Mas era mostrar o sonho
O cordel virar patrimônio
Nesse dia abençoado.
 
Joel Marinho