A REVOLTA DA CACHAÇA

DIA NACIONAL DA CACHAÇA

Hoje é 13 de setembro

Dia da nossa Cachaça

Genuinamente brasileira

Atravessou a fronteira

Em todo canto se acha

Teve muita revolta

Na história relatada

A Inconfidência Mineira

A Revolta Praieira

Teve até Sabinada

Teve a Revolta dos Malês

E a Revolta da Chibata

Mas ninguém ouviu falar

Da Revolta da Cachaça

Esse fato interessante

Vou ter que contar

A história da Cachaça

A quem interessar

Na Colônia do Brasil

A Bagaceira se tomava

Vinda de Portugal

Ninguém dela gostava

A bagaceira ficou de lado

A Cachaça se alastrou

A PINGA virou moda

Portugal não gostou

Feriu o Pacto Colonial

A Corte se levantou

A Bagaceira d'além mar

Do bagaço de uva

Tinha a cor turva

E sem paladar

A Cachaça nasceu na Senzala

Por acaso a bem dizer

Era tão apreciada

Fez fidalgo se render

Destronou a Bagaceira

Bebida estrangeira

Fez a Corte enfurecer

A Coroa Portuguesa

Então entrou em desgraça

A Colônia fez a escolha

Abandonou a Caldaça

O holandês expulso do Brasil

Nas Antilhas se instalou

Plantou cana mais barata

Muito dinheiro lucrou

Com o açúcar estocado

Muito Barão se quebrou

O açúcar baixou de preço

Se produziu mais Cachaça

A Metrópole então reagiu

E começou a devassa

Imposto foi elevado

Muito Alambique fechado

Os donos foram para a cadeia

Escravos caíram na peia

O cabeça à morte levado

13 de setembro de 1661

O trono mudou de mão

Uma Rainha moderada

Luísa de Gusmão

Perdoou os revoltosos

E liberou a produção

Foi aquela cachaçada

Muito se comemorou

O Sinhô ficou mais rico

O pobre consumidor

Foram dias de festejos

Até a Sinhá degustou

A Cachaça salvou a lavoura

Gerou grande riqueza

Bebia homem e mulher

E membros da realeza

Se espalhou pela Colônia

E foi longe de mais

Em tonéis de madeira

Em lombo de animais

Chegou à terra do ouro

Nas Minas Gerais

Também muito consumida

No tempo dos cafezais

Quando chegou no Norte

No ciclo da borracha

Foi ali que fez sucesso

Até índio tomou Cachaça

Dom Pedro II

De gosto sofisticado

Fez a degustação

Ficou logo encantado

Deram-lhe o presente ideal

Uma Cachaça azul

Da cor do seu sangue real

Dizem comia com farinha

No Palácio Imperial

Depois desse episódio

Ele nunca mais foi normal

Botou Camelo no Ceará

Começou a namorar

A Condessa de Barral

O Palácio dele caiu

A Imperatriz descobriu

Seu caso extra - conjugal

O Soberano decretou

Proibiu a divulgação

Pelo sabor e beleza

Só se podia beber

Aquele que merecer

E possuísse Nobreza

Faz parte da nossa história

É um símbolo nacional

Tentaram roubar a patente

Do patrimônio da gente

A nível mundial

Com o passar do tempo

Tudo ficou diferente

A Cachaça mudou de nome

Passou a ser aguardente

A produção aumentou

Teve valorização

Tem a mais popular

E a tipo exportação

Pobre e rico apreciam

Vende até pra Alemão

Seu consumo se alastrou

Nobre passou a beber

O nome do especialista

Se chama Cachacier

Nos grandes restaurantes

Ele orienta o beber

Tem pra todo gosto

Do nacional ao estrangeiro

Depende da condição

E do tanto de dinheiro

Cachaça que nobre toma

Pobre não vê nem o cheiro

Ela não faz mal a ninguém

Só a quem

Quer acabar com ela

É só beber com moderação

Faz bem ao coração

Nos diz Drauzio Varela

A Lei 5.428 de 2009

O Congresso aprovou

A Lei da Cachaça

Lhe confere valor

Legislando em causa própria

O Presidente provou

Ivan Mota.

Etilista e Cordelista

Ivannov
Enviado por Ivannov em 17/09/2018
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