ASSIM É O CEARÁ

É preciso se ter fé

No lugar em que vivemos

Pois nunca chove demais

Aqui só chove de menos

Assim é o Ceará

Quem não quiser aceitar

Pode fazer a partida

Porque aqui quando chove

Pouca coisa se resolve

Pois é mal distribuída

Se molhar na minha rua

Mas na outra é só vento

Pois quando vem passa rápido

É só chuva de momento

Mesmo quando se trovoa

È fraquinha não é boa

Como as lá do Sudeste

Pra nós, só vem a sobra

Parece que a chuva dobra

Pra não passar no Nordeste

Pois esse ano pra gente

Começou todo animado

Eu pensei que meu lugar

Fosse ficar alagado

Pois toda hora chovia

Era de noite e de dia

No início de janeiro

Mas quando fez um verão

Murchou toda a plantação

Não choveu um mês inteiro

Quem plantou no baixo

A chuva impediu de nascer

E quem plantou no alto

Nasceu mais vai morrer

Pois quando começa é assim

Parece que não tem fim

O inverno é trapaiado

Eu quero é ver um ano

Para não mudar o plano

De quem trabalha em roçado

E pior são os profetas

Que perderam a previsão

Quando dizem vai chover

Aí é que faz verão

Essa coisa de saber

E o futuro prever

Só da muito é confusão

Pois aquele que confia

Acaba perdendo o dia

E até a plantação

Só que chovendo ou não

Tem muita fruta madura

Alagado ou no verão

Aqui sempre dá fartura

Pois o nordestino é forte

Não acredita na sorte

Mas confia em seu suor

Se um ano não prestar

Mas ele volta a plantar

Dizendo: o outro é melhor.

A meu pai Antonio Alves de oliveira

Ediglê Poeta
Enviado por Ediglê Poeta em 07/09/2018
Código do texto: T6442394
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