AS FLORES DO ÓDIO
Por Gecílio Souza
No vácuo da omissão política
A desordem se instala
A ignorância campeia-se
Onde a filosofia se cala
Quando o livro vira algoz
Então é a arma que fala
O refrão da violência
Na educação se resvala
Os timoneiros da vingança
Insolentes abrem ala
O substrato da liberdade
Impactado se abala
O vírus da intolerância
Desagrega e avassala
Infecta a civilização
Deixa a educação de bengala
A estupidez estufa o peito
E impõe sua própria aula
O cortejo autoritário
Emite o odor que se exala
Uma espécie de maligno
Que se apropriou da cabala
O desprezo humanístico
Ascende-se à máxima escala
Na garganta dos sensatos
A voz da justiça se entala
Na praça dos fariseus
Há fogos e festa de gala
O farisaísmo aprisiona
Os falsos moralistas na jaula
Absolve-se a a maldade
Tranca-se a esperança na mala
Hostiliza-se o diferente
Como fizeram com Malala
Maniqueísmo pós moderno
Que atira humanos na vala
Novamente a casa grande
Quer restabelecer a senzala
Mas quem reverbera fumaça
A própria fumaça inala
É líquido e certo que a morte
Aguarda na ante sala
Considere-se patriacídio
Quem quer resolver tudo à bala
E quem mata o criminoso
Ao criminoso se iguala!