AS FLORES DO ÓDIO

Por Gecílio Souza

No vácuo da omissão política

A desordem se instala

A ignorância campeia-se

Onde a filosofia se cala

Quando o livro vira algoz

Então é a arma que fala

O refrão da violência

Na educação se resvala

Os timoneiros da vingança

Insolentes abrem ala

O substrato da liberdade

Impactado se abala

O vírus da intolerância

Desagrega e avassala

Infecta a civilização

Deixa a educação de bengala

A estupidez estufa o peito

E impõe sua própria aula

O cortejo autoritário

Emite o odor que se exala

Uma espécie de maligno

Que se apropriou da cabala

O desprezo humanístico

Ascende-se à máxima escala

Na garganta dos sensatos

A voz da justiça se entala

Na praça dos fariseus

Há fogos e festa de gala

O farisaísmo aprisiona

Os falsos moralistas na jaula

Absolve-se a a maldade

Tranca-se a esperança na mala

Hostiliza-se o diferente

Como fizeram com Malala

Maniqueísmo pós moderno

Que atira humanos na vala

Novamente a casa grande

Quer restabelecer a senzala

Mas quem reverbera fumaça

A própria fumaça inala

É líquido e certo que a morte

Aguarda na ante sala

Considere-se patriacídio

Quem quer resolver tudo à bala

E quem mata o criminoso

Ao criminoso se iguala!

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 07/09/2018
Reeditado em 07/09/2018
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