ADEUS, ATÉ OUTRO DIA!

Quando papai conheci

Eu já era bem mocinho

Papai dois anos mais novo

Saiu de casa novinho

Pra moer cana no engem

Mamãe se mandou também

Comprei um terno de linho!

Eu tinha dois objetos

Três coisas que eu adorava

Uma percata de couro

Vassoura de piaçava

Violão faltando um dente

Um pendraivi, uma corrente

E uma cadela bem brava!

Mamãe se foi-se saíndo

Voltou, me deu um recado:

Quando você se casar

Se formar em deputado

Siga os passos de mainha

De capoeira, a galinha

É quem dá caldo encorpado!

Passou-se o tempo e um dia

Eu tava usando gravata

Comendo fava e Xerém

Cantando na serenata

Um mudo passou gritando

Viva o bispo Dom Fernando

Que morreu na mesma data!

Pra encerrar a história

Agradeço a monarquia

Presidenta ou presidento

Nenhum dos três tem valia

O gato em riba da gata

O pato enrabando a pata

Adeus, até outro dia!

Mais uma brilhante interação desse agora, Amigo do Recanto, o poeta Stelo Queiroga!

Adeus inté ôto dia

Vô iscapulir desse mote

Água é miolo de pote

Vi Gil im riba da gia

Pensei Jair mas num ia

Chamaro Napulião

Mó de cumê um baião

Pergunto como é que pode

Acabou-se poico e bode?

Buchada de capitão?...

Zé Roberto
Enviado por Zé Roberto em 04/09/2018
Reeditado em 07/09/2018
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