O POEMA DA SAUDADE
“ Para Taciana Maria”
Sinto saudade daquela
Que um dia foi só amor
Coloriu a terra seca
Encheu meu campo de flor
Depois ela foi embora
Abrindo neu uma dor
Saudade é um cascudo
Que acerta na moleira
Dá enfado, dá tontura
Nas pernas dar tremedeira
Se for criado com vó
Não levanta da esteira
Saudade é picareta
Cavando a solidão
E quanto mais fundo fica
Mas estraga coração
E o tempo é punhal
Rasgando desilusão
A saudade pegou agora
Agarrou pela cintura
Como uma sinta de sela
Uma forte embocadura
Deixando todo ferido
Por dentro só amargura
Saudade é depressão
Que suga para um poço
Escuro, frio, solitário.
Acaba os alvoroço
É morte sem ser matada
Faz da vida um esboço
Ela sabia do amor
Por isso fez o que quis
Fez de gato e sapato
Esse pobre infeliz
E depois saiu sorrindo
Como faz a meretriz
A culpa é toda dela
Que morena desgraçada
Tenho saudade e raiva
E vivo pelas calçada’
Se ela voltar eu quero
Pra sempre minha amada
Não como nem durmo direito
Uma canseira em mim
É moda os meus amigos
Viver mangando de mim
Bêbado durmo na rua
É triste esse meu fim