URNA NÃO É PRIVADA

Às vezes fico pensando

Por que reclamamos tanto

Quatro anos de porrada

Quatro anos reclamando

Vem de novo as eleições

E nada se renovando

Me admiro demais

De um povo inconformado

Fala mal de seus políticos

Quer ver tudo reformado

Mas vem a oportunidade

E refaz o seu passado.

Quatro anos pela frente

Nada de renovação

É tanta injúria e falácia

Nesse hospício sem razão

Parece até que sofrer

Virou prazer nesse chão.

Se o caro leitor me entende

Essa minha indagação

Por que detonamos tanto

Esses políticos do “cão”?

Se somos nós que os damos

O poder de corrupção.

Cada um com suas angústias

Só querendo se dar bem

Esquecem em quem vai votar

E votam em quem lhe convém

Quem lhe der uma vantagem

Sem olhar a mais ninguém.

É triste quando se ver

Comentários fascinantes

Nessas redes sociais

Para as crianças errantes

Que vivem passando fome

Nesse mundo delirante.

Parece até que o problema

É de um político só

Não lembram que com um gesto

Seria tudo melhor

Na frente daquela urna

Você é o deus maior.

Porém é muito mais fácil

Colocar culpa em alguém

Se eximir dessa culpa

E escrever o que convém

Pagar de bom samaritano

Mas sem respeitar ninguém.

A cada eleição que passa

Me sinto mais decadente

Sabemos quais são as feras

Os venenos de serpente

E fazemos aquelas urnas

Guilhotinar muita gente.

Somos nós os mais culpados

Dos políticos que aí estão

Falamos mal deles todos

Que nenhum mais tem razão

Porém fazemos das urnas

Babel da corrupção.

Então meus caros leitores

Desculpem a expressão danada

Somos nós os eleitores

Que fazemos a cagada

Somos nós que confundimos

Urna com nossa privada.

Joel Marinho