O VERNÁCULO DO AMOR
Por Gecílio Souza
Não há nada mais dinâmica
Que a linguagem do amor
A gramática do afeto
Prescinde de professor
Seu dicionário é o sorriso
Não se apaga com corretor
Quando a paixão nos atira
No solo sombriio da dor
Então Éros nos socorre
Com o hedonismo redentor
O idioma dos sentimentos
Não precisa de tradutor
Tem ângulo multicolorido
Com algum detalhe incolor
Às vezes úmido de lágrimas
Que nutrem pétalas da flor
No cardápio da paixão
Não se define o sabor
Resvala-se no coração
Qual fogo abrasador
Quando se reprime o desejo
Instala-se o mau humor
O alfabeto é polissêmico
Admite o sentido que for
Quem não entende tal língua
É o mais indigno sofredor
A solidão é o pior frio
Carinho é o melhor cobertor
Se o hedonismo for pecado
Prefiro ser um pecador
A cumplicidade adâmica
Hiidrata-se do intenso suor