O VERNÁCULO DO AMOR

Por Gecílio Souza

Não há nada mais dinâmica

Que a linguagem do amor

A gramática do afeto

Prescinde de professor

Seu dicionário é o sorriso

Não se apaga com corretor

Quando a paixão nos atira

No solo sombriio da dor

Então Éros nos socorre

Com o hedonismo redentor

O idioma dos sentimentos

Não precisa de tradutor

Tem ângulo multicolorido

Com algum detalhe incolor

Às vezes úmido de lágrimas

Que nutrem pétalas da flor

No cardápio da paixão

Não se define o sabor

Resvala-se no coração

Qual fogo abrasador

Quando se reprime o desejo

Instala-se o mau humor

O alfabeto é polissêmico

Admite o sentido que for

Quem não entende tal língua

É o mais indigno sofredor

A solidão é o pior frio

Carinho é o melhor cobertor

Se o hedonismo for pecado

Prefiro ser um pecador

A cumplicidade adâmica

Hiidrata-se do intenso suor

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 13/08/2018
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