Nos tempos de antigamente
As coisas de hoje em dia
São todas extravagantes
Tem celular, internet
Ligando quem tá distante
É só ligar o notebook
Falar pelo Facebook
Ferramenta interessante
Porém essa geração
Com todas as regalias
Não aguenta muito arrocho
Não passou por agonia
Não caiu de bicicleta
Ralou do joelho à testa
Pois proteção não havia
A geração mais antiga
Ia pra feira comprar
Batom 24 horas
Para poder se enfeitar
E no mesmo tabuleiro
Tinha um pentinho fuleiro
Pro cabelo pentar
Nesse mesmo banco tinha
Separado num cantinho
Alguns belos calendários
E também uns espelhinhos
Com fotos muitos picantes
Todas bem interessantes
Pra olhar escondidinho
Para passar no cabelo
Tinha muita opção
Óleo verde, óleo de ovo.
Era só espalhar com a mão
Mas, se o freguês quiser
Tem Brilhantina Zezé
Pra ficar bem bonitão
Pendurado num cantinho
Tinha foto de um famoso
De cantor ou de ator
Que fosse muito charmoso
Pra colar no guarda-roupa
E olhe, não eram poucas
Um mural bem caprichoso
Os meninos eram fortes
Nunca ficavam doentes
Tomavam banho de chuva
Sentavam lá no chão quente
Corria descalço na lama
E ninguém fazia drama
Não tinha uma dor de dente
Quando ia na bodega
Comprar um doce qualquer
Comprava era um colar
De coquinho catolé
Um alfinim bem branquinho
Rolete de cana fininho
Ou quebra queixo de Zé
Um walkman era luxo
Celular não existia
Tinha ficha telefônica
Para ligar qualquer dia
E para ouvir um som
Fita cassete era bom
Ou o rádio resolvia
Biscoito sortido era luxo
Que era de vez em quando
Pelos biscoitos champanhe
A gente ia logo brigando
Na caixa só vinha dois
Quem deixava pra depois
Ficava se lamentando
Lá no tempo do atraso
Ir pro parque era riqueza
Chegava o fim do ano
E era aquela beleza
O carrossel e a barquinha
Roda gigante, as patinhas
E a monga com certeza
A gente sabe que é bom
De vez em quando lembrar
De tudo que se passou
Mas, nunca se lamentar
Pois, tem que ser consciente
Tempo bom é o presente
Esse dá pra aproveitar
08.08.18