O PERFEITO QUE HUMILHA OS PROFESSORES E ENGANA O POVO!
Novamente a Bahia
É cenário de um fato
Que só ocorre aqui
Já está ficando chato
Prometer e não cumprir
O que reza o contrato.
O senhor excelentíssimo
Perfeito de Salvador
Assinou uma grande lei
Em favor do professor
E agora ‘tá descumprindo
A própria lei que assinou.
O secretário elétrico
Nem a própria mãe ouviu:
Se meter em Educação
Onde é que já se viu?
Troca as mãos pelos pés
Pra agradar seu senhorio.
Mesmo sem nada saber
Achou que há muitos direitos
Que ele não acataria
Foi um erro do perfeito
Professores não merecem
Nem um pouco de respeito.
Seus aliados e edis
Que não representam o povo
Se vendem para o perfeito
E ainda babam seu ovo
Andam todos iguaizinhos
Dizendo que são o novo.
O novo cinismo ético
De moral bem duvidosa
Ideologia fascista
Com ditadura horrorosa
Que tira o que é de todos
Pra facção amistosa.
Não direi os nomes deles
Para não ser processado
Passarinho denunciou
Mas depois ficou calado
Hoje circula no grupo
Como forte aliado.
O neto do coroné
Quer lealdade escravista
Diretora é capataz
E se torna arrivista
Professora assediada
Deixa de ser ativista.
Perde o empoderamento
Que nunca chegou a ter.
Não compreende a política
E se deixa envolver
Pelo discurso do chefe
Que nos faz estremecer.
Manda cortar o salário
Com ordem de general
Sabendo que o dinheiro
Do corte salarial
Irá fazer muita falta
No orçamento geral.
Não entendo o sindicato
Que não entra na justiça
Contra o assédio constante
Feito por essas carniças
Que humilham as professoras
E depois vão para a missa.
Entrevistas nas TVs
São muito interessantes
A situação oposta
É mostrada por instantes
Mas logo vem a defesa
Com desculpas redundantes.
Ouvi apresentadora
Mandar a pró trabalhar
Não se incomodar com a chuva
Quando a sala alagar.
Fala em sororidade
Sem a mulher apoiar.
Professora independente
Sem partido ou remendado
Vira uma massa sovada
Por gente de vários lados.
O perfeito diz que é rixa
De político derrotado.
O MEC determinou
Um piso salarial
Mas o perfeito não quer
Ao professor dar moral
Ampliando mais o teto
Pra mudança social.
O dinheiro é gastado
Com contratações estranhas
Consultorias e obras
De qualidade tacanha
Marketing na grande mídia
Enquanto a pró apanha.
Da guarda municipal
Com fuzis e empurrões
Gás de pimenta e bombas
Com diversos palavrões.
Foi uma surra imoral
Mostrada em televisões.
A justiça que era cega
Só enxerga o perfeito
Que possui advogados
Um batalhão de direito
Não o obriga a cumprir
A lei com os seus efeitos.
Professor ainda é escravo
Para o perfeito neto
Tem que ficar na senzala
Bico calado e quieto
E manda as diretoras
Aplicarem o papo reto:
Enviar faltas na COF
Logo imediatamente
Devolver as professoras
Que forem mais resistentes
Pois mulher empoderada
Na rede não cria dentes.
Não esqueça diretora
Que a senhora é professora
E não cabo de vassoura
Desta gestão opressora
Que faz caldo de cebola
Com cabeça pensadora.
Usar Reda como escudo
É golpe baixo e escroto.
Descontar de professor
Seja destro ou canhoto
É ameaça de patrão
Que joga lei no esgoto.
Toda greve é política
Social e trabalhista
Os partidos proliferam
O senhor tem 10 na lista.
E vou criar um agora
O Quero o Meu com conquista.
Não fique tão enfezado
E respeite os professores
Redas e terceirizados
Não tão devendo favores
Se o senhor foi eleito
Cumpra a lei dos servidores.
Baixe a guarda e venha aqui
Conversar com cada um
Não ameace demitir
Por acaso se algum
Não concordar em cheirar
Quando o senhor soltar pum.
A nossa inteligência
Só tende a se expandir
É capacidade nata
Não venha nos reprimir
Nos acusando de estúpidos
Por não saber discernir.
O certo e o errado
São convenções sociais.
Não aja como menino
Dos babas dominicais
Que por ser dono da bola
Quer se impor aos demais.
Nada está sendo dado
Nem os dois e meio porcento.
‘Tá no Plano de Carreira
Assinado com portento
Além de toda a inflação
Nós queremos é AUMENTO!
Jotacê Freitas Ssa, 14.7.2018.
oficinadecordel@gmail.com