A BAHIA É CAMPEÃ EM MATAR MULHER E GAY!
Feminicídio é um termo
Que tem sido muito usado
Quando se mata mulher
Por ela ter se encontrado
Como ser humano livre
E não corpo escravizado.
Da Penha sofria muito
Apanhando do marido
Que a eletrocutou
Com seu instinto bandido
De agressor obstinado
Na impunidade escondido.
A mulher que só sofria
Tomou uma atitude
Denunciou na polícia
A sua decrepitude
Por ela criou-se uma lei
De grande magnitude.
A mulher ‘tá protegida
Pela lei, pela justiça
Mas é preciso cuidado
Pra não se tornar omissa
Na recepção dos casos
Por displicência ou preguiça.
Medidas de proteção
Nem sempre são respeitadas
Ex-maridos ex-namorados
Não querem saber de nada
Acham que as mulheres são
Propriedades privadas.
Assassinos ficam soltos
Muitas vezes protegidos
Pela lei mal aplicada
E familiares fingidos
Que admitem tal crime
Pela honra do bandido.
Em dez anos se mediu
A quantidade de mortes
Quase oitenta e dois por cento
Um aumento no aporte
Principalmente pras negras
Tratadas a pulso forte.
Por mês são quase quinhentas
Por dia cerca de vinte
O Brasil é um assassino
Cruel cheio de requinte
E a Bahia é campeã
Promovendo um acinte.
Terra da felicidade
É um título antigo
Hoje a nossa Bahia
‘Tá com a fama em perigo
Não pensa com a cabeça
Mas com o abaixo do umbigo.
As mulheres precisaram
Brigar com alguns artistas
Criar lei contra as músicas
De caráter hipermachista
Que usam mulher apenas
Como máquina sexista.
Expondo jovens crianças
A uma terminologia
Baixo calão sexual
Transa na coreografia
Engravidam pelo ouvido
Com tanta pornofonia.
Lá por trás dos ‘paredões’
Onde a impunidade impera
Tem estupros coletivos
Das ‘novinhas’ na ‘favela’
Tirando da menininha
Seu sonho de cinderela.
Homem que bate em mulher
É covarde já se disse
Pois nem com uma bela flor
Se pratica essa sandice
Mas mulher bater em homem
É bem raro mas existe.
Outro dia em Pau da Lima
A mulher enciumada
Jogou álcool no marido
Quando foi desafiada
Ele deu o isqueiro a ela
E ela fez a queimada.
Por amor a perdoou
Não deu queixa na polícia
Ela fugiu escapou
E ele sem ter malícia
Está com o pênis assado
Por isso virou notícia.
Os gays também sofrem muito
Já falou o GGB
O Grupo Gay da Bahia
Que surgiu pra defender
Os veados da injustiça
Nesta terra do dendê.
Dois de Julho, Carlos Gomes,
Barra e suas transversais.
A orla atlântica inteira
São territórios mortais.
Pra quem faz o trotoir
Ou curte jogos anais.
O Carnaval atrai muito
Gays de todo o Brasil.
Com os nossos trios elétricos
Tocando a mais de mil.
Pra mocinha e pro moção
Seja passivo ou viril.
Em nosso país se mata
É mais de um gay por dia
Os estados campeões
São Paulo Minas Bahia
Ceará e outros mais
Sofrem de homofobia.
Um verdadeiro ‘homocausto’
Por inveja ou por machismo
Mata-se de madrugada
E de dia por civismo
Alguns em nome de Deus
Praticam até exorcismo.
Pois o machão brasileiro
Não admite o diverso
É heterossexual
E tem instinto perverso.
LGBTQS
São do mundo submerso
Sou macho filho de fêmea
Minha mãe me ensinou
A respeitar as mulheres
E por elas ter amor
Muito machista no mundo
Foi mulher que educou.
Prestem atenção em seus filhos
Não deixem imitar os pais
Sendo rudes e grosseiros
Se achando os maiorais
Dêem-lhes uma boa surra
Pra não repetirem mais.
Gosto de matar a sede
Com cerveja bem gelada.
O cansaço eu mato sempre
Numa rede pendurada.
Mas não mato o meu amor
Por ciúme nem por nada.
Jotacê Freitas – SSA, 16.7.2018