EM PELE DE CORDEIRO
O lobo é animal selvagem
Que tem fama de sanguinário
fareja persegue e mata
Mas esse é um mal necessário
Porem tem um tipo matreiro
Que se veste de cordeiro
Pra ferir o adversário
Exceto o veado campeiro
Que é seu fiel sectário
E nesta selva em que vive
Reina absoluto é intocável
Já atraiu para a sua alcateia
Um número considerável
De abutres hienas e chacais
Que atormentam os rivais
Numa perseguição implacável
Onde que persegue mais
Tem posição destacável
Humilha e pisa os pequenos
Se sofre não lhe interessa
Nomeia quem bem entende
Sem olhar a vida pregressa
eu a tudo assisto calado
Já falei e fui castigado
Por isso fiz uma promessa
Vou mandando o meu recado
Aos poucos não tenho pressa
E quem pertence a alcateia
O defende com unhas e dentes
Chegam a catar suas pulgas
Ihe fazem carinhos lhe dão presentes
Em troca de um bom naco
Esses chacais puchas sacos
Asquerosos e repelentes
Fedem igual porcos do mato
Pior que a própria serpente
Quem não se sujeita aos caprichos
Quem não aceita a chibata
São severamente punidos
por esse lobo de gravata
Que se julga inatingível
Mas sua missão é impossível
Mas um dia acaba a mamata
E o lobo até então terrível
Se torna um cão vira lata
Isso dura quatro anos
Quando acontece a mudança
Quem com a cigarra hoje canta
Depois com o diabo dança
E esses vermes municipais
por aqui não estarão mais
pois com medo da vingança
Sumirão nos manguezais
Em busca de segurança
Fim