EM PELE DE CORDEIRO

O lobo é animal selvagem

Que tem fama de sanguinário

fareja persegue e mata

Mas esse é um mal necessário

Porem tem um tipo matreiro

Que se veste de cordeiro

Pra ferir o adversário

Exceto o veado campeiro

Que é seu fiel sectário

E nesta selva em que vive

Reina absoluto é intocável

Já atraiu para a sua alcateia

Um número considerável

De abutres hienas e chacais

Que atormentam os rivais

Numa perseguição implacável

Onde que persegue mais

Tem posição destacável

Humilha e pisa os pequenos

Se sofre não lhe interessa

Nomeia quem bem entende

Sem olhar a vida pregressa

eu a tudo assisto calado

Já falei e fui castigado

Por isso fiz uma promessa

Vou mandando o meu recado

Aos poucos não tenho pressa

E quem pertence a alcateia

O defende com unhas e dentes

Chegam a catar suas pulgas

Ihe fazem carinhos lhe dão presentes

Em troca de um bom naco

Esses chacais puchas sacos

Asquerosos e repelentes

Fedem igual porcos do mato

Pior que a própria serpente

Quem não se sujeita aos caprichos

Quem não aceita a chibata

São severamente punidos

por esse lobo de gravata

Que se julga inatingível

Mas sua missão é impossível

Mas um dia acaba a mamata

E o lobo até então terrível

Se torna um cão vira lata

Isso dura quatro anos

Quando acontece a mudança

Quem com a cigarra hoje canta

Depois com o diabo dança

E esses vermes municipais

por aqui não estarão mais

pois com medo da vingança

Sumirão nos manguezais

Em busca de segurança

Fim

Pedrão Cordelista
Enviado por Pedrão Cordelista em 08/08/2018
Reeditado em 08/08/2018
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