Poeta sem qualidade/Vai sofrer na minha mão
Minhas estrofes numa peleja virtual travada no Facebook.
Mote:
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Não venha com verso fraco
Senão lhe bato no lombo.
Depois, quero ver seu tombo
Em direção ao buraco.
Parceiro, quando me atraco
Com a minha inspiração,
Não perco a competição,
Deixo o rival na saudade
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Perdeu noção do perigo
O cabra de Pernambuco.
Parece que tá maluco,
Não tem medo do castigo.
Mesmo sendo meu amigo,
Vou lhe dar uma lição.
A sua argumentação
Tem muita fragilidade
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Ora, Manuel Rabelo,
Deixe desse atrevimento!
O seu quengo agora esquento,
Vai perder todo o cabelo.
Meu verso é feito com zelo,
Prazer e dedicação,
Por isso tem perfeição,
Tem grandeza e majestade.
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Não seja afoito, Odali!
Brinque com fogo e se queima.
Se continuar a teima,
Sai de fininho daqui.
Muitos iguais eu já vi
Fazendo provocação.
Depois da surra se vão,
Pois não têm habilidade.
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Quando estou num festival,
Metralho meu oponente
Porque tenho em minha mente
Um poderoso arsenal.
Atiro verso mortal
Com a força de um canhão
Pra ver o rival no chão
Pedindo minha bondade.
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Quando pego na viola,
Cantador se treme logo
Porque sabe que só jogo
Para dar meu show de bola.
Dou exemplo e faço escola
Na minha apresentação.
Seja aluno, meu irmão,
Você tem necessidade.
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Conheço pela ciscada
Qualquer frangote franzino.
Além disso, o canto é fino
No meio da madrugada.
Garganta despreparada
Só faz vergonha, patrão!
Quer ver um galo? Pois não!
Mostrar é minha vontade.
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
A minha avó já dizia:
Não mexa com quem tá quieto!
Sou versejador completo,
Vou lhe causar agonia,
Acabar essa folia
De sujeito falastrão.
Porto Velho, meu rincão,
Não deve à sua cidade.
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Porto-velhense raiz
Não enjeita desafio,
Por isso, não alivio
Seu verso sem diretriz.
Nunca vi um aprendiz
Conseguir um galardão.
Vai comer muito feijão
Pra ter visibilidade.
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
*
Não apenas nosso clima
É quente que só a peste.
Igualzinho no Nordeste
Temos caldeirão de rima.
Cantador que se aproxima
Dos vates da região
Vai ver que tenho razão
Quando digo, na humildade:
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão.
***
Eita, que os poetas estão valentes!! Grato, meus amigos!
Deixe o seu pensamento
fluir com mais liberdade
Não declare humildade
num verso sem fundamento
Para quem falta talento
não basta a boa intenção
Deixe de enrolação
fazendo verso que agrade
Poeta sem qualidade
vai sofrer na minha mão.
(Carlos Alê)
*
Pago um pra não entrar
E em dobro pra não sair
E lhe aviso: Se insistir
Meu desafio topar
Seu couro eu vou lhe tirar
Curtir, passar-lhe o sabão
Fazer pandeiro, e então
Bater-lhe sem piedade
Poeta sem qualidade
Vai sofrer na minha mão!
(Zé Roberto)