LENDAS E MITOS BRASILEIROS

LENDAS E MITOS BRASILEIROS

O folclore é cultura

É crença, é tradição

É um conjunto de mitos

E lendas da região

Que o povo transmite de

Geração em geração.

Nascem da invencionice

Da pura imaginação

Das pessoas, duma aldeia

Do Brasil, nossa nação

Dos moradores ativos

Da grande população.

As histórias são criadas

Para as mensagens passar

Para reprimir o povo

As pessoas assustar

Explicar fatos reais

Fenômenos dum lugar.

01

O nosso folclore é rico

E pode ser dividido

Em várias lendas e mitos

Desse povo extrovertido

Muitos deles começaram

Um festejo divertido.

As lendas são as histórias

Contadas e transmitidas

Oralmente por pessoas

Astutas e divertidas

Que vivem através dos tempos

Por todos, nunca esquecidas.

Misturam fatos históricos

E também fatos reais

Com os acontecimentos

Misteriosos demais

Procurando explicar

Ações sobrenaturais.

02

Os mitos são narrativas

Com forte simbologia

Para explicar os fenômenos

Da natureza arredia

Criados pelos antigos

Desde a mitologia.

Eles criaram os mitos

Para as coisas, dar sentido

Passar seus conhecimentos

Daquele tempo vivido

Alertando as pessoas

Do risco desconhecido.

Conscientizar pessoas

Dos perigos e maldades

Mostrar que o ser humano

Tem defeitos, qualidades

São os mitos ensinando

Ao homem, as verdades.

03

Deuses, heróis, personagens

Poder sobrenatural

Se misturam com os fatos

De conceito bem real

Para dar sentido à vida

E ao nosso mundo normal.

Algumas lendas e mitos

Do folclore brasileiro

Contadas por nosso povo

E por algum estrangeiro

Vou narrar nesse cordel

Como um fato corriqueiro.

Lobisomem, Boitatá

Boto, Mula-Sem-Cabeça

A Comadre Fulozinha

Curupira não esqueça

Saci-Pererê, Mãe D’água

Cobra Norato enalteça.

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B O I T A T Á

Boitatá, mito indígena

No Brasil, representada

Por uma cobra de fogo

Qu’está sempre preocupada

Em proteger nossas matas

E os animais da danada.

O Boitatá tem destreza

De perseguir e matar

Aqueles que desrespeitam

A natureza, seu lar

Sua mensagem é: as matas

E os animais, respeitar.

Padre José de Anchieta

Sobre ele escreveu

Foram encontrados relatos

Desse mito meu e seu

Mil quinhentos e sessenta

O ano que aconteceu.

05

B O T O

Acredita-se que a lenda

Do Boto tenha surgido

Na região amazônica

Vou narrar esse ocorrido

Um rapaz vira um boto

Esse fato é conhecido.

O Boto é representado

Por um homem virtuoso

Bem vestido, sorridente

Jovem, bonito e charmoso

Que encanta a mulherada

Com um ar malicioso.

Ataca em bailes e festas

As jovens, vai conquistar

Leva pra beira do rio

Só para as engravidar

Vira um boto e vai embora

Antes do dia raiar.

06

C U R U P I R A

Assim como o Boitatá

Curupira é protetor

Das matas, dos animais

É um grande defensor

Procurando defendê-los

Das garras do opressor.

Curupira é um anão

Usa cabelo comprido

Os pés virados pra trás

É um moleque atrevido

Quem profana a natureza

Por ele é perseguido.

Dizem que persegue e mata

Quem destrói a natureza

Quando alguém desaparece

Nas matas ou redondeza

O Curupira é culpado

Foi ele, tenha certeza.

07

L O B I S O M E M

O lobisomem é um mito

De fama internacional

Várias regiões do mundo

Apresentam o irreal

Um homem que se transforma

Em um grande lobo mau.

Diz o mito que um homem

Por lobos foi atacado

Na noite de lua cheia

Não morreu, foi condenado

Quando a lua ficar cheia

Em lobo, é transformado.

Nestas noites o lobisomem

Sai correndo a atacar

Quem encontra pela frende

Ele vai morder, pegar

Somente um tiro de bala

De prata pode o matar.

08

MÃE-D’ÁGUA

A Mãe D’água tem o corpo

Metade duma mulher

A outra metade é peixe

Acredite se quiser

Defender os nossos lagos

É o que ela mais quer.

Com seu canto atraente

Ela consegue encantar

Os homens desavisados

Que vão ao rio pescar

Levando-os para o fundo

Das águas, a se afogar.

A Mãe D’água é do rio

A Sereia é do mar

São os mesmos personagens

Que vieram encantar

Os pescadores cruéis

Que as tentaram enganar.

09

M U L A – S E M – C A B E Ç A

Em algumas regiões

Do interior brasileiro

Contam que uma mulher

Queimando feito um braseiro

Teve um romance cum padre

Que virou seu companheiro.

Como castigo a mulher

Recebeu uma sentença

Viraria um quadrúpede

E mesmo sem ter doença

Nas noites de quinta à sexta

Viveria essa “sofrença”.

Uma Mula-sem-cabeça

Galopando sem parar

Pulando desesperada

Pelo mundo a vagar

Saltando e soltando fogo

Pelo pescoço a queimar.

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S A C I–P E R E R Ê

Já o Saci-Pererê

É sempre representado

Por um menino negrinho

Magro, feio, endiabrado

Que tem uma perna só

No mato, vive encantado.

Sempre usando o seu cachimbo

E com um gorro vermelho

Que lhe dá poderes mágicos

Em tudo mete o bedelho

Vive a fazer travessuras

Se escondendo feito um coelho.

Ele se diverte muito

Com artes, a praticar

Ama espantar os cavalos

E as comidas, queimar

Adora dar gargalhadas

E as pessoas assombrar.

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C O M A D R E F U L O Z I NH A

A Comadre Fulozinha

É uma lenda irada

É uma mulher cabocla

Semelhante a uma fada

Pequena, ágil, astuta

Que vive de emboscada.

Ela vive nas florestas

Sendo bastante vaidosa

Possui cabelos compridos

Dizem ser maliciosa

Protege a fauna e a flora

Se tornando perigosa.

Junto com suas irmãs

Aprontam poucas e boas

Assustando, enganando

Caçadores e pessoas

Que vão desmatar florestas

Sejam jovens ou coroas.

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C O B R A N O R A T O

Cobra Norato é um homem

Que dum bicho, ganha forma

Pois durante o dia numa

Grande cobra se transforma

Cobra Norato era bom

Sua história nos informa.

Era filho duma índia

Cum boto da região

E tinha uma irmã gêmea

Com ele, sem união

Era também uma cobra

À irmã, tinha aversão.

Ambos viviam no rio

Local do seu sofrimento

Pois os dois foram jogados

Logo após o nascimento

Mas ali Cobra Norato

Ganhou reconhecimento.

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Ele era muito bom

Amável, muito gentil

Sua irmã era malvada

Cruel e muito sutil

Na lenda, Cobra Norato

Mata a irmã, qu’era hostil.

Ao matar a sua irmã

Torna-se um rapaz perfeito

Com ajuda dum amigo

Seu encanto é desfeito

Com gentileza e amor

Você consegue respeito.

Essa lenda une outras

Duas lendas bem famosas

A lenda da cobra grande

Co’a do boto-cor-de-rosa

Lenda indígena, amazônica

Com histórias fabulosas.

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Além dom mitos e lendas

De fama nacional

O folclore brasileiro

É bastante especial

Apresenta vários ritmos

Comida regional.

Ritmos, danças folclóricas

Como o frevo, o carimbó

A capoeira, o baião

Maracatu, caiapó

O samba de roda, o xote

A catira e o forró.

O nosso folclore é rico

Em crenças, encenações

Bumba-meu-boi, cavalhada

Bastantes superstições

Comidas típicas, nossas

Que marcam as regiões.

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Músicas regionais

Apaixonam o coração

Representações artísticas

Arte da confecção

De rendas, cestas de palha

Que encantam qualquer cristão.

Artesanato encantado

Muitas comemorações

Brincadeiras infantis

Jogos, adivinhações

Parlendas, amarelinha

Trava-língua, tradições.

Os ditados populares

Nos trazem sabedoria

As festas que vêm do povo

Têm bastante alegria

Quadrilha, festas junina

Santos Reis traz a folia.

16

Nosso Dia do Folclore

É muito comemorado

Com eventos e festanças

No Brasil, ele é lembrado

Dia 22 de agosto

No calendário marcado.

FOLCLORE vem de dois termos

Tem sua origem inglesa

O “FOLK”, em inglês, é POVO

Povo que nos traz riqueza

Já o “LORE” é CULTURA

Cultura que tem beleza.

Como disse Patativa:

“O folclore é um pilão.

É estória de alma penada

É um bodoque, um pião

É estória de lubisome

Folclore é superstição”.

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Carlinhos Cordel

1.º de maio de 2018, Cupira-PE

professorcarlossoares@gmail.com