Zoreia, no caminho de Santiago de Compostela.
Um grande amigo, o Zoreia
Vendia cobra e aranha
Vestido de 'teletubi'
Planejando uma façanha
Comprou tiki de metrô
Disse ao povo: "Agora eu vô"
Foi parar lá na Espanha!
Saindo de Roncesvalles
Ninguém sabe, ninguém viu
Não viu calabrês nem basco
Só povinho do Brasil
Não quis saber, sem estorvo
Mais duro que pau de noivo
Limpou a bota e partiu!
Na cidade de Pamplona
Pra azar desse estrangeiro
Bem que podia encontrar
Europeus como parceiros
Que nada, o nosso Zoreia
Gritou "a coisa tá feia"
Era um casal de mineiros!
Nosso herói chega em Estella
Varado em fome de cão
Cansado, "é hoje q'eu durmo
Num confortável colchão"
Passou a noite acordado
Pudera, deitou do lado
Dum francês, chato e peidão!
El Acebo, uma pousada
Melhor não podia estar
Como sempre, sem dinheiro
Se dispôs a trabalhar
Fez contrato 'no escuro'
E foi embora mais duro
Do que chegou no lugar!
Chegando no Rio Piedras
O pé doendo e vermelho
Pôs-se logo a meditar
Lembrando Paulo Coelho
Saiu dali aloprado
"Se eu encontro esse safado
Eu juro, deço-lhe o relho!"
Já chegando em Compostela
Foi que o herói se lembrou
Ia usar o 'uatisapi'
O celular não achou
Esqueceu lá no começo
Como tudo tem seu preço
Deu meia volta e voltou!
(Zé Roberto)
O Cordelsinho em questão foi apenas uma brincadeira de alguns minutos com um amigo que fez o histórico "Caminho de Santiago de Compostela".