Casa de interior

Tenho muitas saudades

Da casinha do interior

Lá se plantava de tudo

Colhia-se também

Tinha criação de galinha e porcos

Que avistava até em Jerusalém

Ninguém passava fome

Não era fácil a vida na roça

Mas tinha tranquilidade no meu cantinho

Prantava repoio, barria a porta.

Espiava a chuva cair

Antonte o menino foi para cidade

Estudar para ser doutor

Ficou assombrado com as coisas de acidade grande

Ele não se acostumou

A cidade é mundão de gente indo e vindo par lá e para cá

Eu vou pra minha terra espiar meu gado passar

Não vou trocar minha vidinha pro essa cidade não

Tem até bala perdida matando a população?

No colinho de mainha tem dessas coisas não!

Não há dinheiro nesse mundo que me tire do meu sertão

Sei que as coisas tá difícil nem sempre a chuva cai

Mas com fé em Padre Cicero

Eu quero ficar em paz.

Aqui no sertão tem de tudo

Sinto falta de robalo

Meu cachorro tão querido que sempre seguia os meus passos

Mas quando tá no cio é um inferno danado

Fica atrás das cachorras ninguém via ele não

Mas painho sempre dizia: Meu filho ele é macho!

Aqui os animais procuras seus pares a gente procura a casa das primas

Tudo se ajeita no sertão lugar simples de se viver

Na lida da roça puxando a enxada

O jeito é encarar o trabalho pesado na roça

E esperar o mandacaru floresce

Dizem que quando ele floresce é porque vai chover.

Elisete Soares Moreira
Enviado por Elisete Soares Moreira em 14/05/2018
Código do texto: T6335906
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