A viúva fogosa

Êta Mulher bonita! Tá passado na minha frente.

Pernas bem torneadas, cheirosa para danar.

Seu nome era Tonha de uma formosura só.

Ficou viúva de repente todos comentavam na cidade.

Como pode esse viuvão ficar solta na cidade?

Logo todos ficaram sabendo que Tonha enviuvou.

Não se falava outra coisa no capital de Salvador.

As casadas estavam arretadas com esse bafafá.

Pois sabia que Tonha viúva por muito tempo não ia ficar.

Pois, além de fogosa, Tonha adorava namorar.

Meu Deus, porque eu enviuvei tão nova desse jeito?

Não quero viver no pecado, pois é grande o preconceito.

Mas, que fique claro na cidade Tonha não gosta de ficar só.

Tem horas que eu sinto o frio arretado e gosto de trololó.

Não tenho preconceito o cabra tem que ter pegada.

O finado era arretado me deixava toda amansada.

Me pegava de um jeito que não era pecado não.

Eu me derretia toda, gritava para o povo ouvir que Justino era meu homem e me fazia sorrir.

Mostrava o dente queiro, ficava mansa que nem Passarim.

O que gostava em Justino! Você já deve adivinhar.

Me fazia muito agrado sem isso não posso ficar.

O cabra fazia de um jeitinho, quem ninguém pode imaginar

Sabia do que eu gostava e não se atrapalhava para eu não me reta

Oia! Vou te dizer uma coisa, sozinha! Tonha não vai ficar.

Elisete Soares Moreira
Enviado por Elisete Soares Moreira em 06/05/2018
Reeditado em 02/12/2022
Código do texto: T6328678
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