EMPATAR
Eu não jogo pra perder
Nem tampouco pra ganhar,
Na verdade, na verdade,
Jogo mesmo pra empatar,
Porque a regra desse jogo
Diz que tem que apagar fogo
E que não vale assoprar.
Há quem diga: não tem graça,
Esse jogo só de empate,
Ninguém ganha, ninguém perde,
Então não precisa embate.
Aí é que mora o engano
Depois de tirar os panos
Tem o ritual de engate.
Cada um faz sua aposta
Um no outro, outro no um,
Sedução bola da vez
Antes desse desjejum,
Como a dançar bolero...
É um tal de: quero; quero...
Seguidos pelos: hum; hum.
Esse jogo é com as mãos,
Com a língua e algo mais,
Quem tem boca vai à fonte
Não fica nos triviais,
Enquanto um vê estrelas
Outro não consegue vê-las...
Ocupado por demais!
Um jogo sentimental
Entre jardineiro e flor,
Onde todo e qualquer ponto
É sempre ponto a favor,
Empatar é tão gostoso,
Diviniza o nosso gozo
E enaltece o nosso amor!
* Grato, belíssimas interações:
Casei-me, e quando casei, foi
"Amor a primeira vista"
'Conheci-la' numa pista
De dança, e me 'arrependei'
Foi de tantas que tomei
E a desgraça foi profunda
Feia de cara, e... rotunda
Mulé, ali não tem nada
E terminou em 'patada'
Meu amor com Clarimunda!
(Zé Roberto)
Se deu empate, ninguém
Irá sair humilhado
A vitória quando vem
Um sairá chateado
Se ninguém perde nem ganha
A torcida não se assanha
Fica tudo nivelado!
(Tiago Duarte)