ÁGUAS DO SERTÃO
Águas do sertão
I
A paisagem cinzenta e castigante
dita a marcha batida. O sertanejo
sofre, esperneia, roga ao Pai lampejo
de sabedoria e, de forma elegante
propaga para o mundo exemplo gigante
de luta desigual, hereditária.
Desejos de realidade contrária,
farta de alimento; simples riqueza.
A seca feroz aflora a Fortaleza
Divina, confortando a lida diária.
II
A terra rachada, raio fumegante
de migração, é o seu torrão de desejo
ardente de orgulho, feliz ensejo
glorioso; garbosamente radiante,
descreve heroicamente e contagiante
de felicidade a sua posse agrária,
buscando na crença sua luta operária,
erguendo um trono digno de realeza.
A seca feroz aflora a Fortaleza
Divina, confortando a lida diária.
III
Mãos para o céu, olho lacrimejante;
ora contrito ao Pai, rogando um almejo
singelo, isento de excesso, sobejo
de sossego, puro, são, emocionante.
Pede ao Santo chuva mansa e abundante,
que renasça os brotos, indumentária
bela para o vale e humanitária
vida no sertão, cheia de beleza.
A seca feroz aflora a Fortaleza
Divina, confortando a lida diária.
IV
A mágica rebenta verdejante.
A caatinga embala ao som do realejo,
ecoando uma sinfonia de molejo
suave, calmante. A ave voa rasante,
n’um balé perfeito, belo, empolgante.
O Pai atendeu as preces, extraordinária
as águas do sertão caindo, embrionária,
esplendorosa; de sutil leveza.
A seca feroz aflora a Fortaleza
Divina, confortando a lida diária.
HOJE, 19 MAR 2018, AGRADEÇO AO SANTO PADROEIRO DO NORDESTE, SÃO JOSÉ, PELAS CHUVAS CAÍDAS NO NOSSO SERTÃO. O SERTÃO NORDESTINO ESTÁ VERDE!!!!!! VIVA SÃO JOSÉ!!!!!