Um pet para a sogra

Certo dia eu encontrei

um amigo entristecido,

então eu quis saber dele

o que tinha acontecido.

Depois de muito chorar

ele começou a narrar

como foi o ocorrido.

Disse-me: - é minha muié

que tá querendo largar d’eu,

por causa d’um mal entendido

que dia desses aconteceu.

Minha vida virou uma droga!

Quis agradar minha sogra,

mas a muié não entendeu.

Era o níver da véia,

a quem amo de verdade,

então a presenteei

Juro, não tive maldade.

Dei para minha sogra amada

um fiote de onça pintada

com dez anos de idade.

A onça eu peguei no mato

numa armadilha, tipo alçapão,

apesar de ser fiote,

ôh bicho valente do cão.

Ali eu fiquei contente,

pensei: vou dar de presente

pra sogrinha do coração.

Levei a onça para casa,

a tranquei num quarto escuro,

pois eu sabia que assim

o bicho estava seguro

e logo de manhãzinha

acordei minha sogrinha

e arruinei meu futuro.

Abri a porta e disse:

- sogra, vai ver teu presente!

Ela entrou e, ligeiro,

tranquei a porta novamente.

Começou uma gritaria,

de fora eu apenas ouvia

um barulho estridente.

Com aquela barulheira

minha muié se levantou.

- O que está acontecendo?

Nervosa, me perguntou.

- É sua mãe que está brincando

e acho que está gostando

do presente que ganhou.

Somente depois de três horas

de gritos, esturros e ganido,

é que resolvi abrir a porta

e fiquei muito entristecido.

O cenário era de tristeza!

A véia estava ilesa

e o fiote todo mordido.