DO DEDO DO JOGADOR À MORTE DA VEREADORA

Se mata pessoa normal,

Que não seja comunista,

Mas um simples motorista

Já não é sensacional

Sem manchete de jornal,

Mesmo sendo uma doutora

Só quando for defensora

De bandido, do terror

Do dedo do jogador

À morte da vereadora

Aqui todo dia se mata,

Não se dá muito destaque.

Mas matar líder de araque,

Que defende psicopata

Esses pseudos democratas

Que usam metralhadora

De forma avassaladora

Não importa em quem for

Do dedo do jogador

À morte da vereadora

Mataram uma juíza

De modo muito covarde.

Não houve qualquer alarde,

Nem toda essa ojeriza.

Agora se canonisa

Uma grande impostora.

Esquecem quem ela fora

Pra se botar num andor.

Do dedo do jogador

À morte da vereadora

Mas quem defende as drogas,

Ou qualquer tipo de crime,

Aqui é pessoa sublime,

Pois está muito em voga

Idea que esquerda advoga

Passa a ser superiora.

Mas morte de professora

Não causou qualquer clamor.

Do dedo do jogador

À morte da vereadora.

Só ha reconhecimento

Pra jogador de futebol

Que se torna de escol

Ou pra quem rouba orçamento

Todo e qualquer mau elemento,

Gente muito aduladora

De bandido defensora

Que seja bom orador.

Do dedo do jogador

À morte da vereadora.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, MARÇO/2018