VIVA O GORDO.

Não acredito no magro

Que elogia o gordo

Nesse discurso eu flagro

É um tremendo engodo

Porque o gordo coitado

É muito descriminado

Por nossa sociedade

Que por vezes só despreza

Aquele que muito pesa

Com um cinismo covarde.

O gordo tenta regime

Dieta de todo jeito

Mas isso só lhe oprime

Lhe tira todo direito

Direito de esbanjar

De comer todo manjar

Que pede seu apetite

Alem do mais é errado

Que comer bem é pecado

Se impondo um limite.

Se reparar direitinho

O gordo com seu volume

Sem pensamento mesquinho

Verá que o seu costume

É também bem natural

Mas alguns levam a mal

Se achando um colosso

Porem são só devaneios

São fracos, magros e feios

Somente pele e osso.

Já o gordo é robusto

Corado e sorridente

Supera a todo custo

Comentário indecente

Combate com a risada

Se uma feia piada

Insulta sua pessoa

Não muda sua rotina

Faz disso uma vitamina

Tornando a vida boa.

Que venham os macarrões

E as sardinhas em lata

Que se fartem os fogões

Com seus purês de batata

E os garfos espetados

Sobre os pernis assados

Rompendo a ditadura

De uma falsa dieta

Que é pouca e não presta

Pra quem gosta de fartura.

Quem come pouco não sabe

Que comer muito é bom

Nem no seu prato cabe

Um farto filé mignon

Só come folha e fruta

E nessa magra conduta

Esquece ate de viver

Acha ate que a vida

É essa pouca comida

Que só faz emagrecer.

Quando chegam as férias

Os magros caem na corrida

deixam dietas sérias

E se fartam de comida

Esquecem suas posturas

Se lambuzam em frituras

E de tudo se consome

Doces e massa a valer

E ai passam a comer

Tudo que o gordo come.

É pastel, cachorro quente

Sorvete e chocolate

Macarrão farto e quente

E com molho de tomate

Tomam todas as bebidas

Sobremesas repetidas

Bolos e tortas também

Depois que comem e bebem

É ai que eles percebem

Que o gordo passa bem.

Sem falar no carnaval

Que muda todo relevo

O magro sai do curral

E cai no pasto do frevo

Se vira num boi zebu

Dançando maracatu

No galo da madrugada

Se sentindo um mordomo

Servindo a um rei momo

Duma gordura danada.

Depois que passam as férias

Voltam logo a disfaçar

Passam a comer misérias

Deixam ate de almoçar

Tomam suco e mas nada

E a magreza danada

Volta feito assombração

Com ossos aparecendo

Volta o magro tremendo

Por falta de refeição.

Duvido que aconteça

Isso com o cabra gordo

Por incrível que pareça

Com ele não tem acordo

Nas quatro festas do ano

Come tudo que é tutano

Feijoada e pirão

Por isso viva a gordura

Que representa afartura

Da boa alimentação.

Ebenézer Lopes
Enviado por Ebenézer Lopes em 27/02/2018
Reeditado em 24/03/2018
Código do texto: T6265841
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