meu sertão é demais pra ele tiro o chapéu

Meu sertão é de demais

Pra ele tiro o chapéu

Vou dizer para vocês

Escrevendo no papel

Vou falar do meu sertão

No formato de um cordel

O meu sertão é demais

Pro sertão tiro o chapéu

Meu sertão tem matuto

Honesto e trabalhador

Encarando o sol quente

Sem reclamar do calor

Enfrenta a seca feroz

Esperando no senhor

É muito mais diferente

A vida do sertanejo

E logo bem de pequeno

Ele aprende o manejo

Pra poder se acostumar

Com a vida de pelejo

Começa ainda menino

Na vida de trabalhar

Com oito anos de idade

Já sabe o que é cultivar

Às vezes tem um tempinho

Que tira para e brincar

pois até nas brincadeiras

É muito, mas diferente.

Brinca com vaca de osso

Mas brinca muito contente

Às vezes brinca também

De pega, pega na gente.

As crianças lá do mato

Tem bonita educação

Respeitam o pai e a mãe

Com a grande estimação

Que respeitar os adultos

É dever e obrigação

E crescem com a cultura

De casar pra respeitar

Garotas se resguardando

Pra fazer quando casar

Isso é questão de honra

Pra não dar o que falar

Até mesmo no namoro

Não tem a modernidade

Como tem no namorico

De quem mora na cidade

Que dão beijos de língua

Em qualquer localidade

É mesmo um grande prazer

A moça se resguardar

Esperando a hora certa

Para poder se entregar

Sabendo que hora certa

É quando sai do altar

Ela sai muito feliz

Dando risadas pro povo

A família comemora

Dando sim, o seu aprovo.

Amigos dão parabéns

Com votos de tudo novo

Falei de alguns costumes

Do povo que é mateiro

Que nasce cresce no mato

Bebe água de barreiro

Que toma banho de cuia

E não toma de chuveiro

Pois agora vou falar

Noutras coisas do sertão

Começo pela cultura

Das festas de são João

Festas que cresceu demais

Graças ao rei do baião

Nordestinos comemoram

Com uma grande alegria

Faz festas solta rojões

Dança bem, cai na folia.

Anima com brincadeiras

E também com simpatia

Faz fogueira no terreiro

Convida a vizinhança

Matam bode e galinhas

Pra poder encher a pança

Compra traque e chuvinha

Alegrando uma criança

Também não pode faltar

A canjica e a pamonha

Milho assado na brasa

Pra coisa ficar medonha

E todo mundo gritando

Ô que festa de vergonha

Tem o choro da sanfona

Que geme pra se lascar

Tocando forró do bom

Fazendo o povo dançar

Dança casado e solteiro

Deixando o suor pingar

Também sobra é bebidas

Para quem quer se fazer

Tira-gosto tem na hora

Com direito de escolher

Também tem refrigerante

Pra quem gosta de beber

Em seguida ainda tem

Bode, buchada e pirão.

Tem cerveja e cachaça

Tem conhaque alcatrão

Tem o disco lá tocando

O forró de Gonzagão

Acaba-se a festança

Deixando muita saudade

O povo espera de novo

Nova oportunidade

E assim seguem a vida

Dentro da sua verdade

Meu sertão se tem de tudo

De tudo tem um bocado

Tem a festa de são João

Temos a festa de gado

Temos o samba de coco

Tem a festa do reisado

No sertão tem coisa boa

Tem roda de poesia

Poetas declamadores

Embolada e cantoria

Fazendo na hora H

Os versos que a mente cria

É tanta diversidade

Que não dar nem pra falar

Falando em diversidade

Eu acabei de lembrar

Tem frevo e maracatu

Que faz o povo frevar

Pense numa gente boa

E de muita qualidade

Retratando o sertão

Na pura simplicidade

Mostrando que também tem

Bastante capacidade

Agora vou terminar

E agradeço ao criador

Gosto de ser nordestino

Inspirado e lutador

Obrigado pelo o dom

Pois escrevo com amor.

Diosmam Avelino- 17- 10- 2013

@direitos reservados...

DIOSMAM AVELINO
Enviado por DIOSMAM AVELINO em 20/02/2018
Reeditado em 14/05/2019
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