PREFIRO O MEU SERTÃO

Me encantam as belezas da cidade

Mas não troco por nada do meu lar

No meu sítio eu posso admirar

João de barro, arquiteto de verdade

A minha roça me dá felicidade

Quando vejo o milho com pendão

Quando pego na baje do feijão

Esperando papai para colher

Na cidade tem muito o que se ver

Mas prefiro as belezas do sertão.

Tomar banho de açude ao meio dia

Sem ter medo se vai adoecer

Tirar manga madura pra comer

Merendar uma linda melancia

Acordar com o som da saparia

Amarrar uma vaca num morão

Pegar peixe no rio com a mão

E catar cajarana pra vender

Na cidade tem muito o que se ver

Mas prefiro as belezas do sertão.

Lá no sítio o ar é bem mais puro

Não se sabe o que é poluição

Não tem carro que vem na contramão

Minha casa da taipa não tem muro

Lá o homem do campo está seguro

Não se tem notícias de ladrão

Minha arma de fogo é um facão

Onde boto as onças pra correr

Na cidade tem muito o que se ver

Mas prefiro as belezas do sertão.

São bonitas as luzes das cidades

No meu sítio admiro os vagalumes

Nosso povo não sofre com costumes

Nossa gente não prega vaidades

Não tratamos o amigo com maldades

Não sofremos desastres de avião

Fila em banco, não sei o que é não

Essas coisas nem quero aprender

Na cidade tem muito o que se ver

Mas prefiro as belezas do sertão.