rebuliço num quarto de motel
Rebuliço num quarto de motel
Um metido a esperto
Saiu pela noitada
Cabelos bem penteados
Em busca de namorada
Botou um perfume bom
Daqueles da tal Avon
E partiu em disparada
Rapaz eu nem te conto
Mas acho que vou contar
Já entrou na discoteca
Começou logo a dançar
E entrou se balançando
Pra lá e pra cá gingando
Com o ombro a balançar
Foi ficando por ali
Só mexendo o pescoço
Pensou consigo mesmo
Hoje vou sair do osso
Vou sair da sequidão
Eu arrumo uma paixão
Pra tirar o pé do poço
Ainda de cara limpa
Encostou-se ao botequim
E falou ao balconista
Bote logo uma pra mim
Misture num copo só
Bote pinga sem ter dó
Rum, vodca, pitu e gim.
E tomou a misturada
Um pouco desconfiado
Foi pagando a cachaça
E disse muito obrigado
E voltou para o salão
Mais curta a sua visão
Pisando de pé trocado
O desejo era mulher
Foi entrando em ação
Olhava pra todo lado
E ninguém dava atenção
E ele muito irritado
Ficou mais descontrolado
Foi tomar outro pingão
Já voltou cambaleando
Lá pro meio do salão
Um pouco desanimado
Trazendo um copo na mão
Pra ele ninguém olhava
Pois então só aumentava
Aquela desilusão
Meu amigo veja bem
Como foi o tal festar
Só bebeu a noite inteira
Pra também se embriagar
Mas antes de amanhecer
Veio sim lhe aparecer
Um alguém pra lhe salvar
Esse alguém aproveitou
Vendo ele embriagado
Encostou pertinho dele
Olhando meio de lado
Pra ele piscou o olho
Dizendo você dá molho
Vem pra cá bicho danado
Pegou logo na sua mão
Começou a paquerar
Ele quase não falava
E ficava a observar
E ela mais encostando
De repente foi beijando
Veja só no que foi dar
Ele disse uma bebida
Ela disse uma cerveja
Ele disse uma pastilha
Ela disse de cereja
Pois ele bem mais feliz
Grudou-se na infeliz
Como um calo que caleja
Era um agarradiço
Intervalos tinha não
Ele todo carinhoso
Com ela toda paixão
Quando eles se olhavam
Os olhos se misturavam
Era grande a emoção
Já amanhecendo o dia
Pensou logo o que fazer
A ela fez um convite
Ela disse eu quero ver
Se você é bom assim
Se vai dar amor pra mim
Até o sol aparecer
Ela deu uma risada
Daquelas já debochando
Mas ele sem entender
Pra ela ficou olhando
Com a mente a pensar
No motel vou descontar
Era ele matutando
Partiram para o motel
Para muito aproveitar
E ela bem sorridente
Não parava de beijar
Lá dentro eu nem te conto
Eles passaram do ponto
Esperai eu vou contar.
Dizem que o camarada
Ficou muito revoltado
Quando desvestiu a moça
Foi ficando aperreado
Já pensou logo em correr
Sem saber o que fazer
Por ela encurralado
Pareciam duas feras
A caça e o caçador
De certeza ele era a caça
E ela sim o predador
Era grande a putaria
Pense numa gritaria
Dá fera querendo amor
Ele doido pra fugir
Mas não tinha jeito não
Para onde ele corria
Não achava solução
O jeito foi se atracar
Para um plano executar
E fugir da tentação
Logo após tanta zoada
Naquele quarto trancado
Todo mundo no motel
Estava bem assustado
Pra tentar amenizar
Tiveram foi que chamar
A polícia do estado
A polícia ali chegou
Pra sorte do cidadão
Arrombaram lá a porta
Pra entrar de supetão
Mas ficaram assustados
Com olhos arregalados
Com aquela transação
Pois eu digo pra você
Que foi feio o resultado
O cara bebeu demais
E ficou embriagado
A mulher que arranjou
Que beijou e namorou
Era um macho invocado
Num baile de luz escura
Nem se quer deu pra notar
Ele bem encachaçado
Doido para descolar
Só no quarto do motel
Foi notar que o seu mel
Jamais dava pra adoçar
Resumindo a historia
Veja qual o resultado
Levaram os dois depressa
Pra depor ao delegado
Isso é mesmo o que se dar
Pra quem age sem pensar
Acaba envergonhado
Na verdade o relato
Que eu fiz em poesia
É mais uma criação
Coisas que a mente cria
Pois o nosso camarada
Que caiu nessa cilada
É obra da fantasia.
Diosmam Avelino- 07- 01- 2016
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