BANHO DE CHUVA
A chuva que molha besta
Também encharca um esperto
É melhor molhar o quengo
Do que penar no deserto
São Pedro abriu a torneira
Se a casa tiver goteira
'Pinga' lá dentro por certo
Ao ver o tempo encoberto
E aquela fina garoa
Já me imaginei passando
No meio duma lagoa
Porque foi ficando forte
O dito "inverno" do Norte
Vem com tudo, não perdoa
Nestas bandas, gente boa
Acontece desse jeito
As águas descem com gosto
Pra ninguém botar defeito
Eis uma Bênção Divina
Essa ducha matutina
Que decanto satisfeito
Faço um adendo, aproveito
Pra lembrar de tanto banho
De chuva nos velhos tempos
Muita gripe quase apanho
Foi coisa de molecote
Cheio de graça e pinote
Ainda tenho tamanho?
* Inspirado em mais uma manhã chuvosa de Porto Velho.