Tomo 30 - O CARREIRO FURIOS 1990 o pulsar

30 O CARREIRO FURIOSO 1990 o pulsar

Coimbra RDAH 050220181716

01 Por estar naqueles anos

A envolver na construção

Eu fiz mais doze viagens

Na distante região

Assim no ano seguinte

Eu já completava vinte

Entre lá, e Ribeirão

02 Em toda viagem feita

Houve alguma ocorrência

Na qual Deus apareceu

Pra me dar Sua valência

Pois num mundo tempestivo

Só o poder do Deus vivo

Mantinha minha existência.

03 Numa delas eu passei

Por um transe perigoso

Por causa de um carreiro

Que se encontrou furioso

Foi um acontecimento

Que me deu um sentimento

Que não desejo de novo

04 Ao ler essa história

O leitor vai perguntar

Se eu não fiquei com medo

Do carreiro me matar

Ocorre que meu destino

Sempre foi por Deus divino

Guardado por Seu mandar

05 O fato aconteceu

Lá em Conego Marinho

Nos dias da construção

Que-era feita com carinho

Mas findando a tabatinga

Fomos buscar nas Caatingas

Fazenda de um tal Pedrinho

06 Na estrada pra ir la

Havia uma porteira

Que por ter o vão estreito

Ao caminhão não deu beira

Com aquilo desistimos

De chegar ao destino

Onde ficava a areeira

07 Contudo o irmão Paulo

Quis aproveitar o lida

E no bairro das Caatingas

Fazermos uma visita

Deixamos pois, o caminhão

Num lugar em sua mão

Porém na restrita trilha

08 Ocorreu que um carreiro

Tinha que atravessar

Com carro cheio de cana

Pra no engenho chegar

Porém quando foi feze-lo

Mesmo tendo um certo zelo

O carro veio a tombar

09 Toda cana se espalhou

Pelo pasto na descida

E os bois perdendo a canga

Começaram uma corrida

Justamente no momento

Que acabara o movimento

Da portentosa visita

10 Ao ver os bois correndo

Sem eu saber razão

Mais ainda os espantei

Com o som do acordeão!

O carreiro vendo aquilo

De raiva, emitia o brilho

Do corte do seu facão

11 No instante, os irmãos

Vendo o homem enlouquecido

Subiram no caminhão

Pra fugirem do ocorrido

Eu contudo, ali fiquei

Pois achei que era dever

Não deixa-lo desvalido

12 O carreiro ali me vendo

Suas canas a ajuntar

Mesmo estando furioso

Evitou de me atacar

Pois ele viu no momento

Que eu fazia um movimento

Procurando lhe ajudar

13 Depois de alguns minutos

Nosso caminhão voltou

E dele todos desceram

E ali nos ajudou

A recolher toda cana

Que se espalhara na grama

Quando o carro tombou

14 Tendo o facão na mão

Temiam a ação do carreiro

No entanto ele o usava

Pra fazer novos fueiros

Pois na tombada do carro

Devido ter os esbarros

Se quebraram por inteiros

15 Daquela passagem tosca

Nem um de nós esqueceu

Até hoje ainda me lembro

Do que comigo ocorreu

Pra levar uma facãozada

Por pouco e até por nada

Quase que aquilo ocorreu

16 Vou encerrando este tomo

De "pulsar de um coração"

Retratando minha vida

Para que algum irmão

Venha ter conhecimento

Da vida e os adventos

De-um peregrino cristão!