Já tive mata fechada
Já tive rios sobrando
Fui pássaros voando
E fazendo revoada
Escolhendo sua pousada
Naquele infinito rincão
Onde Deus pôs sua mão
E cobriu tudo de beleza
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção
 
Fui imagem decorativa
De quem espia da janela
Parecendo uma donzela
Quem via se admirava
Eu era uma beleza viva
E tinha um belo sertão
Com tantas  plantação
Produzindo sua  riqueza
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção
 
De tudo que era tão belo
Eu exibia sem preconceito
Meu eco era todo perfeito
Parecia um fino castelo
Mas logo começa o flagelo
E tudo que era perfeição
Começa ali a depredação
Inicia um ciclo de tristeza
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção
 
Minhas matas derrubavam
Mas eu as ia  recuperando
Minhas dores suportando
A cada corte que me  davam
Logo as lagrimas derramavam
Por eu ver tanta  destruição
Acabando com a vegetação
Eu sentia mais fraqueza
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção
 
Eu suportei sem reclamar
Pois sem ter nada pra comer
O que lhe restavam a fazer
Era destruir-me para plantar
Da morte poderem  escapar
Faziam pequena plantação
Pra tirarem a alimentação
Mais aumentou a esperteza
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção
 
Do machado pro motosserra
Da foice para a roçadeira
Tudo que era madeira
Sem piedade ia pra terra
O homem se acha uma fera
Tem maquinas de plantação
Outras fazem distribuição
Tudo enchem de impurezas
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção
 
Sem a agua pra beber
Sem o rio para pescar
Uma semente sem plantar
É uma arvore sem crescer
Sem leito pra agua correr
Um rio cheio de erosão
A  terra sem proteção
É um solo sem riqueza
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção
 
Cidades estão poluídas
Seu povo anda doente
Fábricas de poluente
Não são diminuídas
As classes são atingidas
Os céus em erupção
Esboço uma destruição
Deus segura minha dureza
Eu são a mãe natureza
Clamando proteção
  
Fizeram grandes usinas
Com barragens cruéis
De meus rios são infiéis
Recheadas de turbinas
Alagou minhas campinas
Causou nelas  inundação
O homem faz provocação
Não suporta minha braveza
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção
 
Por fim tenho piedade
Da fraqueza deste ser
Se acha muito o saber
Com alta escolaridade
Mas não sabe a metade
Do poder da criação
Eu sou o Deus em ação
E em sua fina pureza
Eu sou a mãe natureza
Clamando por proteção;