Já Ví De Tudo

Doutora eu já vi de tudo

Nessa vida atribulada,

Bezerro enjeitando vaca

Em tempos de chuvarada,

Vi velho curto das vistas

Morrer no eito da estrada.

Já vi vaqueiro estripado

Nas quebradas do sertão,

Vi cego guiando um carro

Andando na contra mão,

Já vi padre de batina

Negando a extrema unção.

Já vi mãe jogando praga

Na filha que desgarrou,

Vi neto desaforado

Reclamando do avô,

Filho gritando com o pai

Porque a droga se acabou.

E se Deus me der licença

Eu vou ver coisa pior,

Ao invés de chuva d’água

Eu vou ver chuva de pó,

Vou ver com muita tristeza

Nuvens nos céus dando nó.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 02/02/2018
Código do texto: T6243416
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