o folclore
O folclore
Vinte e dois de agosto
Quero afirmar também
Comemora-se o folclore
Que o nosso Brasil tem
E o folclore também é
Moinho de relar xerém
O folclore eu vou dizer
Usando a inspiração
É a dança do xaxado
Do bando de lampião
É o choro da sanfona
Do nosso rei do baião
São os versos do poeta
Patativa do Assaré
Falando da sua gente
Dizendo como é que é
É a dança numa tribo
É a cantiga do pajé
São os gritos de aboio
Do vaqueiro corajoso
É a prosa bem contada
Na boca do mentiroso
É a dança das rendeiras
É historia de trancoso
É também samba de coco
O baião e o reisado
É o tocador de pífano
É o xote bem tocado
É aquele repentista
Rimando improvisado
É o Jackson do pandeiro
Cantando Sebastiana
É a novena no sitio
Sete dias da semana
É o Bezerra da silva
Com seu samba tão bacana
Folclore vou afirmar
É a nossa vaquejada
Também é pega de boi
Na caatinga bem fechada
O folclore eu sei que é
O coco de embolada
Folclore é uma igreja
Num pequeno vilarejo
É um velhinho rezador
Desse jeito é que eu vejo
Também é uma nação
Fazendo o seu cortejo
Folclore é a cantiga
Do famoso sabiá
É a fama de valente
Do bonito carcará
É um boneco de cera
Feito com o saborá
O folclore é a cultura
Bonita da minha gente
É o maracatu e frevo
A viola e o repente
O folclore se espalha
No Brasil forte e valente
O folclore é Vitalino
Mestre do artesanato
Com sua arte de barro
Vendida muito barato
Também é bumba meu boi
Deixo aqui o meu relato
O folclore é um menino
Armando o seu alçapão
Pra pegar um passarinho
Nas caatingas do sertão
O folclore eu acredito
É bila, bola e pião.
É o matuto caçador
Partindo para caçar
Em busca de alimento
Pra poder se alimentar
É também dona Maria
Na maquina a costurar
É aquele cordelista
Vendendo cordel na feira
É a cantiga bonita
Olé mulher rendeira
Também é o parto feito
Por Samarica parteira
É uma cigana na rua
Pedindo pra ler a mão
É o menino engraxate
Sentado no calçadão
Gritando vai engraxar
Tentando ganhar o pão
É um garoto na feira
Vivendo de pegar frete
Tentando ajudar os pais
Trabalha desde pivete
Na arte de trabalhar
Com seis anos pinta o sete
Folclore eu digo que é
Aquele velho pilão
É aquela lamparina
Chamada de lampião
É a cantiga bonita
Do famoso azulão
É aquele oratório
Onde se guarda o santo
É um rasga mortalha
Causando grande espanto
É dizer bença mãe lua
Como eu recordo tanto
Eu também vou afirmar
E dizer o que eu acho
Folclore é um pescador
Na beira de um riacho
Sentado e pensativo
Pensando bem cabisbaixo
Folclore é alguém dizer
Oxe, pro mode e Cuma.
Deixe de ser arengueiro
Toma jeito e se apruma
É também nós respeitar
De linguagem uma ruma
O folclore é tanta coisa
Você pode acreditar
É pegar uma arapuca
Levar no mato e armar
É a cantiga da cauã
Que se diz trazer azar
Eu não sei se estou certo
Posso até estar errado
Mas garanto que eu fui
Muito bem intencionado
Só quis falar um pouco
Do que é folclorizado
No Brasil de ponta a ponta
A cultura é transparente
Cada um com seus costumes
Vivendo naturalmente
O Brasil é mesmo assim
É o país da nossa gente
O folclore é o conjunto
Dessas nossas tradições
As lendas e os costumes
Os ritmos e as canções
É temer um gato preto
É crer em superstições.
Diosmam Avelino- 22- 08- 2014