Assembléia dos ratos.

Numa casa abandonada

Só ratos moravam nela

Muito suja, muito antiga

Não havia mais janela

Toda casa fica assim

Torna-se um lugar ruim

Se ninguém zelar por ela.

Os ratos eram felizes

Não faltava brincadeira

Um pulava, outro corria

Por cima da cumeeira

Que certa telha quebrou

Até que um deles chegou

Disparado na carreira.

Vinha suado e cansado

E desse jeito falou:

-Temos nova companhia

Com muito medo, eu estou

Pois eu quase fui comido

Quase que eu fui destruído

Por um gato caçador.

Todo mundo se escondeu

Daquele gato malvado

Por dias ficaram presos

Num buraquinho apertado

O grupo passando fome

Nenhum subiu para o cume

Com medo de ser caçado.

Houve uma reunião

E assim foi decidido:

Três ratos iam tentar

Pegar um queijo escondido

Assim um trio corredor

Corajoso e lutador

Por todos foi escolhido.

Foram com muito cuidado

Até chegar à despensa

Pois havia um queijo velho

Numa mochila suspensa

Se eles não fossem vistos

No escuro todos mistos

Nenhum sofreria ofensa

Eles saíram à noitinha

Subiram pelo armário

Saltaram em cima da pia

Não viram o adversário

Com os olhos da cor de fogo

Se achando o dono do jogo

Escondido e solitário

Quando o felino atacou

Que perceberam o perigo

Pularam, deixaram o queijo

Livraram-se do inimigo

Ato que encoraja e medra

Por cima de pau e pedra

Voltaram para o abrigo

Numa nova reunião

Ouviram de um rato moço

Uma idéia fantástica

Da qual revelo o esboço:

Pela escuridão coberto

Pendurar no gato esperto

Um chocalho no pescoço

Se procedermos assim

O chocalho denuncia

Qual o seu esconderijo

Pois ele tem a mania

De ficar na escuridão

A noite de prontidão

Só fazendo pontaria

Todo mundo bateu palma

Na maior animação

Uns gritavam nosso herói

Outros, nosso campeão

Foi quando se ouviu um grito

Um olhar sereno, aflito

Pedindo uma explicação

A mais velha ratazana

Quis saber como se faz

Pois, colocar o chocalho

No pescoço do voraz

Comedor de roedores

Causa viva dos horrores

Ratos não podem, jamais

Todos eles se tocaram

E o desespero atacou

A verdade nua e crua

Agora se revelou

È melhor ter outra idéia

Convocar outra assembléia

Porque essa não prestou.

Porém, pra todo problema

Tem a solução exata

Logo se ouviu um barulho

Do pisar de uma pata

Escondido na penumbra

Surgiu na porta uma sombra

De um cachorro vira-lata

De repente ele correu

Atrás do gato e latiu

Foi quando o bicho saltou

Arrepiou-se e fugiu

E a partir daquele dia

Para a maior alegria

O gato cruel sumiu

Depois desse acontecido

Todos irão se lembrar

Ter idéia é muito fácil

Basta nela acreditar

Desde que seja possível

Pois quando ainda impossível

Ninguém vai realizar

Polion de São Fernando
Enviado por Polion de São Fernando em 11/01/2018
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