DILÚVIO DE CORDELISTAS DO RECANTO!
Me perdoem se não há uma 'ordem cronológica' nos... fatos (?), é que fui incluindo estrofes na medida que conseguia, pois é claro que é apenas uma brincadeira.
Noé, o velho Noé
Certa vez topou Jesus
Num dia de muita luz
Disse o santo: "tenha fé"
Atracou de marcha ré
E Noé, meio manqueta
Passando ali Marieta
Alcunha de Madalena
Disse Noé: "ô morena
Vem cá na minha corveta!"
Foram entrando na piroga
Um casal de periquito
O santo São Benedito
A peste da minha sogra
O Mestre STELO QUEIROGA
Uma freira, um sacristão
O cachorro de Lampião
Meia dúzia de hereges
A Poetisa ROSA REGIS, e
O general Napoleão!
Diz o novo testamento
Que durante a tempestade
Mandaram chamar um frade
Pra fazer um benzimento
Assoprou um pé de vento
O casco virou pra cima
Faltando assunto pra rima
Eu quase me acabo em pranto
Fui buscar lá no Recanto, o
Poeta RENATO LIMA!
E a barca segue seguindo...
JEORGE GIMENES, foguista
Gritou: "'aicibergui' à vista"
Mas o sol tava tinindo
Um casal de hiena rindo
O vate viu seu vacilo
Passou um casal de grilo
Brigando, que eu pude ouvir
A grila é mesmo cri cri
Meu Deus o que é aquilo?
A bicharada a cantar
Virou uma confusão
Ali nasceu a canção
'Se essa zorra não virar
Eu ainda chego lá'
Noé, deixe de fricote
Vou lhe dar um papilote
Apresse, ajude a entrar
Que um poeta quer passar
Mestre JUDD MARRIOTT!
Tinha cobra, tinha inseto
Até bicho de goiaba
JAJÁ DE GUARACIABA
Logo laigô um 'sonéto'
Um elefante no teto
Enrabichou num mosquito
Achando aquilo esquisito
Pôs-se logo a escrever
'Milagre do Pé de Ipê'
O Poeta JERSON BRITO!
E Noé soltou a pomba...
Foi a pomba, foi um pum
Foi aquele zunzunzun
Pois parecia uma bomba
Começa u'a festa de arromba
De fraque, um urso panda
desceu pra dançar ciranda, e o
Poeta ANTONIO TAVARES
DE LIMA, nos calcanhares
É quem comandava a banda!
Olhando pro Sete Estrelo
Noé corrigiu a rota
Fazendo o 'xéquin' da frota
Calibrou o cerebelo
Entra um casal de camelo
E ordenando, o caudilho
Disse: "Agora eu quero brilho
E pra nau ficar porreta
Mandem trazer pra corveta
O poeta JACÓ FILHO!"
E foi se enchendo a corveta...
"Meu deus, como é que pode!?
Tô 'si esquecendo' do bode
E a peste da 'brabuleta'"
E nisso deu-lhe a veneta
Parou, tomou uma dose
"DAMIÃO METAMORFOSE!
Quase esqueci-me do vate
Botem o peste nesse iate
Nem que seja a hipinose!"
Nisso, ribomba um trovão
É bicho pra todo lado
O jacaré atordoado
Quase arrebenta o timão
Noé pra ganhar a mão:
"'Foguista', que peste é essa?!
Puxe o freio, pra quê pressa?!
A arca não vai partir
Enquanto eu não ver subir, a
Poetisa ESTHER LESSA!"
A arca quase zarpando
Noé ficando biruta
Vira prum canto e escuta
Era o celular tocando
Atende, e já se estressando, é
PAULO MIRANDA na linha
"Vê ai minha vaguinha
Que eu pago até amanhã!"
"Até", diz Noé; "Iansã
Socorro minha madrinha!"
Noé vendo a confusão
Disse: antes que me mato,
Chamem lá o sindicato
Pra fazê uma eleição, e
Elegê um capelão
Que é pra esse povo 'resauro'
E acalmá os dinossauro.
Respondeu HENRIQUE CÉSAR
Mesmo que fô só pra réza,
Eu só voto em Bolsonauro!
Noé disse: "é ou não é
Minha canoa, furada?
Se tá ela já lotada
Botem poetas em pé
Daqui só saio 'si dé'
Pra mestre ANSILGUS subir
Porém só vou insistir
Se o poeta prometer
Que aqui vai responder
Se nessa barca quer ir!"
Noé acorda cedinho
Boceja, olha pro céu
E vê CARLINHOS CORDEL
Chegando qual passarinho
"Tem ai pra mim um cantinho?"
Noé cochicha um cochicho
Vasculha, e encontra um nicho
"Vem cá, seu peste... embarca!
Nessa miséra de arca
Tem mais poeta que bicho!"
E então, silêncio na nau...
E a bicharada sossega.
Até mesmo a cobra cega
Abriu o olho, e afinal,
Um lhama grita, que tal?!
Tá chegando o presidente,
Disafasta, sai da frente!
Diz Noé ao porco espinho;
Vamalimpá o caminho
Pra 'vata' HULL DE LA FUENTE!
Altas horas da manhã
E a galé segue o destino...
Grita lá um babuíno:
Viva a imprensa 'marrã'!
Que o poeta HELIOS TAN
Chegou vestido de toga
Presidente da piroga
O menestrel requisita
Libera a macaca chita
Que tá lá limpando o boga!
Enfim, é dada a largada
"Agora a ripa vadeia", é
MARIA DO CÉO CORRÊA
Toda prosa, entusiasmada
Começou contar piada
Que quase mata de rir
A pobre da sucuri
"Vamos botar pra quebrar
Hoje a cobra vai fumar!"
Gritou num canto o siri!
E a arca 'cortando estrada'
Navega seguindo a sina
Noé atraca na China
Descanso pra bicharada...
"Vô dá uma esticada
Nas pernas pra proseguir"
E nisso aparece ali
Como quem nem tá ligando
Um 'chinês' filosofando
O Poeta SANDER LEE!
Noé comprou suprimento
Pra enfrentar a jornada
Consertou vela rasgada
Subiu um carregamento
De quase trinta sargento
Um tenente, um capitão
Na frente do pelotão
Gritou pedindo socorro
"Se não me levar eu morro!", o
Poeta FCEMOURÃO!
E choveu oitenta dias...
Foi água pra todo canto
Choveu até no recanto
Até que chegou o dia
E quem é que aparecia
E se fazia brilhar
Para o povo se alegrar
E o mundo assim prosseguir?
É sim, e podem aplaudir
Poetisa MARY FÁ!
Segue singrando o iate...
"E comigo o couro come
Se, couro de lobisomem
Eu tasco mertiolate!"
Noé vendo o disparate
Foi logo o vate intimar
"Dom HERCULANO ALENCAR
Deixai, vós, de pirangagem
Tu não pagaste a passagem
Espero, saibas nadar"!
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INTERAÇÕES:
Maravilhosa interação da 'maravilhosa' Poetisa ROSA REGIS:
Obrigado, e um abraço carinhoso, Poetisa!
"Eu aqui fiquei babando,
invejando o poetar
desse poeta sem par
que de tudo sai rimando
e, além disso, me pondo
na sua rima bonita.
Vi-me com um laço de fita
na cabeça, toda prosa!
E disse a mim mesma, Rosa:
Você está bem na fita!!"
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Outra interação do Amigo do recanto, e grande Poeta, STELO QUEIROGA.
Obrigado, e grande abraço, Poeta!
"O problema apiorou
Naquela chuva de vento
Quando um casá de jumento
Que seu Noé embarcou
Grande confusão armou
O jegue querendo a jega
Passou a peia em nobréga
Zé Roberto Fez Carreira
E foi buscar Zé Limeira
Pra dar um fim na refrega"
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TROVADOR DAS ALTEROSAS deixou sua interação para também nos brindar:
"Vim aqui pra comprovar
Os feitos de Zé Roberto,
Ele na Arca foi ajudar
Noé assando bem perto,
Porco que não tinha par
Entrou sem ser descoberto,
Noé mandou esquartejar
Ficou vigiando de perto
Não deixe a carne queimar
Porque a cachaça eu acerto"
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Tá melhorando! A Poetisa ESTHER LESSA colaborou conosco:
"Zé Roberto é gran poeta
E amigo camaradão
Pois não esqueceu a meta
Todos pôs na embarcaçao
Eu que cheguei atrasada
Consegui entrar ainda
Tinha bicho até na escada
Pra se enfiar na festa linda"
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Obrigado, Poeta Antonio Tavares de Lima! Sabia que viria.
Segue sua sempre brilhante interação:
"Eu gostei do seu cordel
Um cordel muito arretado
Que falou de muitos bichos
Foi bicho pra todo lado
Onde falou do meu nome
Por isso digo, obrigado
Do grande poeta Ansilgus
Tu devias ter falado
Para ficar o Cordel
Até com outro babado
Pois Ansilgus também gosta
De um cordel encantado
Mas tá bom eu consertei
Um erro de esquecimento
Que acontece com a gente
Em todo e qualquer momento
E agradeço por todos
Esta homenagem e sustento"
*Tá corrigido, mas tem muitos ainda que cabem e entrarão, é que estou atualizando na medida que o tempo permite. Obrigado, Poeta!
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E melhorando cada vez mais, o Poeta Ansilgus disse:
"Meu amigo Zé Roberto
Eu quero te agradecer
Com meu abraço em você
Pois fiquei boquiaberto
Seu cordel está repleto
De gente fina e da boa
Que levo numa canoa
Pra qualquer lugar daqui
Não precisa nem pedir
Nem mesmo ordem à patroa"
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Faltava mestre Jacó Filho... Não falta mais!
"Já que estou na comitiva.
Eu preciso agradecer.
Na arte de escrever,
Entre tantos na ativa,
Você se fez meu amigo,
Além de um grande mestre.
E no cordel que fizeste,
Minh'alma ganhou abrigo!"
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Toma lá, mais uma interação, dessa vez do Poeta JAJÁ DE GUARACIABA:
"Estou chegando de viagem
e vejo aqui de passagem
porque muito me encanto
estar nessa carruagem.
Ao poeta Zé Roberto
agradeço de peito aberto
de todo meu coração
por fazer parte da lista
de mui nobres cordelistas
nomes de grande expressão."
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Mais um que 'arca' com a responsabilidade de me presentear... PAULO MIRANDA!
"Nessa arca de Noé
sei que tenho lugar certo
declino, por falta de fé
mas indico o Zé Roberto
Que a água vai varrer tudo
nos dá certeza Jeová
mas com seu papo não me iludo
e se tudo cedo, que Mauá?"
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A Poetisa MARIA DO CÉO CORRÊA deixou sua interação:
"E eu que tinha saudade,
dessa gostosa viagem,
hoje vejo a malandragem
de Noé, na mocidade.
Empilhando tantos ali,
de tudo que é espécie
será que Ele se esquece
da hora de fazer xixi?
Multidão com fome é perigo.
haveria provisão
pra matar fome de cada irmão?
Senão viagem vira "castigo".
Mas chegarão com certeza,
na Paz e Felicidade,
ZÉ ROBERTO deixará saudade,
mais Noé, mestre da esperteza.
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Sê, bem-vindo, mestre DAMIÃO METAMORFOSE! Obrigado.
"Com a seca no Nordeste
Secou caçimba e açude
Eu fiz de tudo o que pude
Pra passar em cada teste.
Vesti de rimas o Oeste
do Rio Grande do Norte
Por não contar com a sorte
Mas só com trabalho e fé.
Essa arca de Noé
Vai me dar novo suporte!"
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Obrigado, Poeta TIAGO DUARTE! 'Tai', sua interação.
"Do Rio Grande do Norte
Damião Metamorfose
enfrentar o mesmo é dose
Porque ele é muito forte
Eu o conheci por sorte
Também Stelo Queiroga
O conheço, limpo, joga
Um cordelista arretado
Já Mary Fá, do estado
Pernambuco, gente fina
Mora perto de Campina
Campina, canto sagrado."