NA CAPITAL DA ESPERANÇA

(Joésio Menezes)

Em Brasília falta tudo.

Só não faltam falcatruas

De políticos canalhas

Nem buracos pelas ruas...

Está faltando ordenança

Na “Capital da Esperança”,

Que aos poucos se desvirtua.

Faltam aos nossos políticos

Ética e honestidade;

Ao povo faltam Saúde,

Segurança e dignidade;

Faltam “Ordem e Progresso”

Nas plenárias do Congresso,

Só não falta sujidade.

Faltam paz e Educação,

Falta merenda na escola,

Nos hospitais faltam leitos;

Nas ambulâncias, padiola...

Só não faltam mordomias

Nem o pão de cada dia

Aos “senhores” da curriola.

Está faltando dinheiro

Ao pacato cidadão

Que trabalha pra caramba

E não junta um tostão;

Porém nunca falta nada

Àquela suja cambada

Que (des)governa a nação...

Faltam ao pai de família

Um emprego de verdade

E um teto que seja seu

Pra viver com dignidade;

Está faltando, também,

A esse cidadão de bem

O direito à liberdade.

Enquanto isso, aos políticos,

Servos da velhacaria,

Falta vergonha na cara,

Mas lhes sobra vilania;

A eles também são dados

Foro privilegiado

E outras tantas regalias.

E como se não bastasse

Ao povo todo esse mal,

Agora também falta água

Na Capital Federal;

Só não falta pros salafrários,

Sanguessugas, ordinários

Do Congresso Nacional!

A eles também não falta

O teto para morar

Nem o carro funcional

Com chofer particular;

Mas ao cidadão de bem

Não sobra nenhum vintém

Nem forças para chorar.

E nessa falta constante

Do essencial pra se viver,

Ao povo às vezes falta

Até mesmo o que comer;

Já à súcia parlamentar,

Regada a vinho e caviar,

Sobra a gana de Poder.

Está faltando, também,

Um pouco de senso crítico

Àquele “pobre coitado”

Que se declara apolítico,

E que diz não mais ter jeito

Já que estamos nós sujeitos

Aos desmandos dos políticos

Responsáveis pela crise

Política e social

Que flagela a nossa gente,

Por que passa a Capital,

Sede da desgovernança,

Do caos, da desesperança,

Das tramóias sem final...

Em Brasília falta tudo

Ao decente cidadão

Que passa por “maus bocados”

E enche de calos a mão

Pra dar uma vida boa

Àquele bando de “à toa”,

Parasitas da nação.

05/12/2017