CORDEL AOS “SENHÔ DOS ANEL”
Eu quero contá grande causo
É triste, conto algo inspirado...
Em verso que me vem lá do céu
Qual uma oração em cordel,
Com meu coração apertado
Por todo meu povo arretado!
De tanta gente ao léu,
Tão bom mas sempre tão enganado.
É mermo de arrepiá
Destino tão vil a contá!
Em tanta desgraça que passa...
Na graça a Deus já rogada
A de aqui o causo relatá
Pra mode todo o mundo escutá!
Ofereço o meu verso cordel
À sina dos verso de fel...
Dos palácio já erguido de novo
Com o dinheiro
E com a dor do meu povo!
Desgraça sem já calculá
De tanto comando reiná!
Conto que pra bandas de cá
Das tantas terra já minada
Da história De Mariana!
De tanta grana roubada
E da pobre criança zicada
Da triste sina que um dia
Na fila da saúde arredia
Morreu até de pneumonia!
Na terra das balas perdida
Nos ventre de mãe inda menina
Na dantes terra celebrada
De bela biodiversidade
Já em morte nos rumos das cidade!
Vertente dos desatinos
Dos rios que carrega os meninos
Sem nunca pensar nos destinos...
De lama a verter na poeira
Do tudo de uma vida inteira!
Da terra dantes hospitaleira
De História tão altaneira
De gente boa e aguerrida!
De dura lida na vida!
De força bem varonil
Bem próspera e bem gentil...
Da terra do Redentor
De braços abertos à dor!
Terra de eleição imaculada,
Mas de Democracia enfeitada...
Cantada aos quatro canto do mundo
Com a cara mais lavada de tudo!
E como aqui já se ouviu...
Lugar nenhum a pariu!
Ocorre que os cabra safado
Já tendo do povo levado
A honra e o seu porvir
Em consenso do todo legado
Nas urna já diplomados,
Fizeram da farra um fato
Pras bandas lá do principado
O causo foi dos mais roubado!
De coisa do ruim assombrado.
O ato do vil guardanapo
Enredo já desaprovado
No breu dum país que ruiu
Como ninguém nunca viu...
E todo mundo da rede
Curtiu como se fosse um aceite!
Do auto - féretro em questão
Levaram-lhes um dinheirão!
Ficaram pelados em vão!
Sem grana nem cueca na mão!
O niver era para a rainha
Plebeu nunca que ousaria
Naquela festança entrá!
Se nem roupa tinha pra usá!
Nem mesmo a gata borralheira
De sina nada alvissareira
Riria de tanta sujeira!
Nem a Cinderela da História
Teria no sapato a glória
Da jóia com dinheiro roubado...
Do povo todo ludibriado!
Um dinheirão a se gastá
Do povo todo a morrê
Das bala sem podê se escondê
De fome só a perecê,
De medo de vosmecê,
A Deus perguntando o porquê!
-Pra mode a rainha enfeitá!
Senhor dos anel brasileiro
De porte todo zombeteiro
Gastô nosso oitocentos mil!
Dum povo do extinto Brasil
Que todo desempregado
Sem eira, beira, nem salário
Furtado em plena carência
Perdido da sã consciência!
Já não vai ter nem previdência!
Os cara deram tanta risada
Da farra lá no estrangeiro
De modo bastante brejeiro...
Um dia a polícia armada
Entrou nas operação:
Levou todos pro camburão!
De lá não sobrou nem uma rima!
Pra mode eu fazê nova quadra
De tanta história safada!
No xilindró a quadrilha
Já não dançô com a euforia
Roteiro da boa quadria
Nem mermo a do São João.
-Óia ali mais um camburão!
Ladrão saindo pelo ladrão...
A conta quem pagô? o povão!
Sobrou nada pra todo lado
De Mônaco nem um só guardanapo
Pra mode guardá de lembrança
Do niver de tanta lambança...
Senhô do anel cobiçado
Hoje é um ser auscultado
Por todo bom homê da lei!
Donde coroné não tem veiz!
Rainha ficou sem sua jóia
Nenhuma...nem de prata de lei.
Senhô homê dos caros anéis
Com tantos eleitor, tão fiéis!
Senhô que não tem coração,
Deixou todo mundo na mão...
Em Estado de contra-mão.
O causo ganhô os jornal
Do mundo, nunca visto igual
Na História de nenhum país!
As cara dos cara caiu...
Como nunca se viu no Brasil!
Legado tão sempre igual
Promessa de ser bestial...
Ao povo tão bom e carente
Que jaz no seu breu social
De dor incurável, premente.
Promessa qual a da carochinha...
Dos falso dos papai-noel
Senhores de todos os anel!
E de todas as alianças
Que roubam qualquer esperança.
Fizeram a mesma farsa promessa...
Verdade é que era só festa!
E todo rei tava junto
Senhô de anel vagabundo...
Pra mode fazê desconjuro!
Roteiro do mesmo cordel:
Ao povo nenhum causo de mel.