O POLÍTICO E O CIDADÃO

Olá meu caro leitor

Preste muita atenção

Neste cordel que eu conto

Com muita satisfação

E com a sua licença

Eu falo da diferença

Entre o político e o cidadão

O cidadão só trabalha

Pra sustentar a família

É cercado de pobreza

Como o mar cerca uma ilha

Se recebe uma notícia

Lhe é dada pela polícia

Estupraram sua filha

O político é diferente

É cheio de falsidde

Mesmo com dinheiro público

Consegue muita amizade

A notícia que lhe dão:

O seu lindo garotão

Já passou na faculdade

O político trambiqueiro

Só finge que tem amor

Quando sabe da notícia

Que morreu um eleitor

Ele diz: hoje eu me esgoto

Mas eu vou ganhar os votos

Do restante que ficou

O político é sempre assim

Finge ser bom cidadão

dando esmola aos pobres

Fingindo ter coração

E quando um pobre morre

O malandro logo corre

Para a alsa do caixão

E chegando no velório

Só fala em eleição

Só conversa bolodório

E o pobre lá no caixão

Ele nem lembra de olhar

Com medo de vomitar

Com nojo do cidadão

E lá dentro do caixão

Tá o pobre do defunto

Nariz cheio de algodão

Mãos cruzadas e pés juntos

E o político malandro

Ver o povo se acabando

E não muda de assunto

E vão transportando o féretro

Todo o povo em movimento

O político vai na frente

Falando no pensamento

Mas um voto teve fim

Se continuar assim

Na próxima eu não aguento

Quando chega na igreja

As velhas pegam a rezar

O malaco já pensando

Tenho que me apresentar

Que o ambiente tá cheio

E aqui é um bom meio

De muitos votos ganhar

Já corre logo pra frente

Só querendo ser o tal

Fingindo todo demente

Com aquela cara-de-pau

Já pega no microfone

Bota a boca no trombone

E o povo passa mal

O caixão do pobrezinho

Quem deu foi a prefeitura

Foi feito de compensado

Montado com cola pura

O fundo é de papelão

A tranqueira do caixão

Não é bom nem de pintura

E a pobre da viúva

Toda cheia de batom

Vem chorando lá atrás

E o choro não sai do tom

O povo atrás rezando

E o político vai pensando

Toma peste achei foi bom

A vida de um político

É repleta de novela

Não há quem entre em política

Que não saia com sequela

O que o político quer ver

É o cidadão morrer

Pra se mostrar na sentinela

Eu vou dizer uma coisa:

E falo de coração

Acredite quem quizer

Pois não é mentira não

É verdade e eu critico

Nem todo ladrão é político

Mas todo político é LADRÃO.

Vasquinho Violeiro
Enviado por Vasquinho Violeiro em 22/08/2007
Código do texto: T619038