O SONHO

Por Gecílio Souza

Metafórica decolagem

Que exprime a realidade

O pensamento em viagem

Pelas asas da liberdade

Sem ingresso nem passagem

Segue em pontualidade

Com altivez e coragem

No ritimo da velocidade

Carregando na bagagem

O conteúdo da saudade

Que expressa a mensagem

Desperta da intimidade

O coração tem linguagem

De plena sensibilidade

A mente faz a contagem

Do tempo e da vontade

Vai construindo a imagem

Da festiva receptividade

Presente é uma homenagem

Com toda sinceridade

Compensa-se a defasagem

Testa a potencialidade

A mais digna homenagem

Nos marcos da capacidade

O amor é sem porcentagem

Não se ama pela metade

Há sofrimento e vantagem

Expectativa e ansiedade

Tão exuberante paisagem

É a sua personalidade

O homem vira selvagem

Se lhe falta a afetividade

A solidão não tem margem

O afeto é civilidade

Éros fará a blindagem

Da alma que chega e invade

Coração é a carceragem

Uma cadeia sem grade

Amor é atividade

Não se ama por sacanagem

Paixão é passividade

O valor da abordagem

É a própria reciprocidade

Juntos nesta carroagem

Sob o véu da cumplicidade

A vida seria uma bobagem

Sem sonhos e sem vaidade

A existencial estiagem

É a humana debilidade

Amar é a prendizagem

Na escola da autenticidade

À distância, uma discagem

Sem conter a curiosidade

Um recado, uma postagem

Vislumbra-se a proximidade

Tremendo até cartilagem

A chegada é sem alarde

Pronto para a aterrissagem

Da nobre finalidade

Sonho ou mental filmagem

Em alta rotatividade

O amor é uma sondagem

Em busca da felicidade

União não é uma colagem

É a força da alteridade.

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 21/11/2017
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