inquilinos de um mundo violento e opressor
Inquilinos de um mundo violento e opressor
Como poeta que sou
Comecei a imaginar
Quanta gente neste mundo
Sem razão pra festejar
Nem natal nem ano novo
Nada pra comemorar
Datas comemorativas
Passam-se sem perceber
Tanto fez e tanto faz
Vão vivendo por viver
Sem noção de tempo e dia
Sem direito de escolher
Não tem ceia de natal
Nem presente de Noel
Tem um chão pra se deitar
Seu destino é cruel
Não sabe o que é réveillon
Mas sofrer é seu papel
Nem se quer tem endereço
Não luxa de moradia
Pois somente a solidão
É a sua companhia
Seja nas trevas da noite
Ou na claridão do dia
E sonhar não sonha mais
Pois perdeu a esperança
Seja jovem ou idoso
Às vezes até criança
Seja homem ou mulher
Seja menina de trança
Quantos vivem a chorar
Soluçando muita dor
Inquilinos de um mundo
Violento e opressor
Onde o jogo que se joga
Com certeza é matador
Por exemplo, vou citar.
Um bocado dessa gente
Que vivem perambulando
Sem saber nem o que sente
Perderam sim o sentido
De viver bem novamente
Quantos pais a mendigar
Por esse mundo a fora
Em busca de melhoria
E nada de vim melhora
Vai ficando depressivo
Pois assim muito piora
Quantas mães sem emoção
Da vida perdem o gosto
Não precisa nem palavras
Tá escrito no seu rosto
Às vezes bebe cachaça
Pra curar o tal desgosto
São tantos adolescentes
Vivendo no desalinho
Famílias desajustadas
Partem pra um mau caminho
E quantos perdem a vida
Inda jovem bem novinho
Vejo tantas garotinhas
Vivendo na má labuta
Querendo ganhar algum
Passam a ser prostituta
E trasam por mixaria
Com qualquer filho da puta
O que mais tem machucado
É eu ver um pequenino
Entre quatro e sete anos
Tristonho muito mofino
Pedindo esmola na rua
Em nome do pai divino
Vai vivendo no aperreio
Com destino tortuoso
Num viver sem perfeição
Com futuro duvidoso
E ainda é criticado
Chamado de perigoso
Entre becos e favelas
Deste mundo imperfeito
Entre casas e cortiços
Entre largo e estreito
Entre céu terra e mar
Só Deus pra dar um jeito
É grande a população
Que vive dentro do sem
E sem ter é quase nada
Vivendo sem ter, porém.
Sendo vitima do descaso
Causado por certo alguém
Certo alguém lá no poder
Dentro da governação
Que estuda e que se forma
Tem diploma de ladrão
Pois aqui no meu Brasil
É grande a facção
Eles fazem direitinho
A quadrilha é bem formada
O meu povo tem sofrido
Tem levado é lapada
E isso já vem há décadas
É doença desgraçada
Quanta gente, tanta gente.
Vivendo bem sufocado
Com a corda no pescoço
Cada vez mais enforcado
Com o laço do sistema
Sistema lá do senado
Sistema que tira tudo
Do pacato cidadão
Direitos a melhorias
Para a nossa educação
A saúde e segurança
A gente não tem mais não
Bonito é quando chega
A tal época de eleição
Faço isso e faço aquilo
Sou povo sou do povão
Podem cofiar em mim
Quando for pra votação
Se me garantir o voto
Com bastante garantia
Eu darei minha palavra
Juro pela a luz do dia
Que eu sendo bem eleito
Acabo toda agonia
Pois assim se concretiza
Conseguindo é vencer
Some logo de repente
Bem depois de se eleger
Toma um chá de sumiço
Se encanta e ninguém ver
Voltando lá pro inicio
Deste pequeno cordel
Onde eu falo de om povo
Que vive no amargo fel
Eu peço, só tenham fé.
No nosso cristo fiel
Quanta gente meu país
Querendo se alimentar
Quantas crianças descalça
Sem nada para calçar
Quanta gente sente dor
Sem remédio pra tomar
Tenho visto a minoria
Com muito pra esbanjar
E fazer é desperdício
Com dinheiro popular
E a barriga do meu povo
Nunca para de roncar
Procurei certo final
Pra findar a poesia
Pra dizer pra minha gente
Adeus e até outro dia
Um abraço do poeta
Com a paz e alegria
Nunca baixem a cabeça
Irmãos e sofredores
Deixem que Jesus resolva
Afastando os horrores
Que só ele tem a cura
Pra curar todas as dores
Não importa a agonia
Seja lá qual for o mal
Tristeza e depressão.
Problema espiritual
Meu irmão entregue a Deus
Nosso pai celestial.
Diosmam Avelino- 24/12/2015
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