MALVADA CAETANA.
Por favor não me espere
Porque eu não tenho pressa
Não agrade não tolere,
Não quero ouvir conversa
Dê trombada, solte coice
Vá amolar sua foice
Distante do meu terreiro
Que hoje não tô em casa
E você só me atraza
Eu não sou seu companheiro.
Entre nos não tem negocio
E nem contrato firmado
Eu não quero ser seu sócio
Nesse projeto lascado
A você não dou guarida
Negocio com a vida
Que me dá o que preciso
Já você não tem clemência
Quer me vê é na falência
Me causando prejuízo.
Você é mal educada
Não gosta de respeitar
Se mete sem ser chamada
E chega sem avisar
Leva o bem mas precioso
Seu negócio é perigoso
Cortante feito navalha
Então suma do meu pelo
Que não sou o seu modelo
Desfilando numa mortalha.
Eu não quero ver seu rosto
Pois deve ser muito feio
E é o pior encosto
Que nesse mundo já veio
Onde chega traz o pranto
Cobre com o negro manto
O que tem de colorido
Depois vesti com a terra
Dá as costas e encerra
Deixando tudo perdido.
Suma com o seu mistério
E com sua triste sombra
A corte do seu império
É terrível e assombra
Golpeia sem piedade
Persegue a humanidade
Com o fio do aguilhão
Se esconde toda hora
Quando é vista vai embora
Carregando o cristão.
Diz a Santa Escritura
Lá no seu texto Sagrado
Que você é a figura
Do salário do pecado
Cobra um preço bem raro
E quem paga paga caro
Sem direito a prestação
É dura e egoista
Só quer receber a vista
Não importa a condição.
Hoje é um de novembro
O dia comemorado
É o dia que eu lembro
Do seu cutelo malvado
Que ceifou os meus parentes
E os amigos ausentes
Mas você nem quer saber
Rabiscou na sua conta
Depois que estava pronta
Exigiu em receber.
Anda doida pelo mundo
Com direito a liberdade
Dando desgosto profundo
Com a sua crueldade
É ruim e atrevida
Tem despeito com a vida
Que não tem o seu destino
De ser sempre rejeitada
Pois a vida foi criada
Pelo o Amor do Divino.
Você deve tá sorrindo
Pelo serviço que fez
As velas se consumindo
Ao sopro da estupidez
Viúvas, e mães sofridas
Filhos, filhas comovidas
Diante da falta crua
Mas nem vendo tal destroço
Você vai sentir remorso
Mesmo a culpa sendo sua.
Você tem um alvará
Pra cometer sacrilégio
Mas vale a pena lembrar
Que esse seu privilégio
Foi um dia cancelado
Por alguém imaculado
Dono da vida e da luz
Que lhe fez lama do mangue
Derramando o seu sangue
Santo e puro em uma cruz.
Você pensou orgulhosa
Que havia lhe matado
Com a lança venenosa
Mas o lance foi errado
Ficou foi envergonhada
Por ter sido derrotada
Pelo meigo que sofreu
Mas com a bondade Dele
Ao invés de vencer Ele
Ele foi quem lhe venceu.
Grandes reis você venceu
E ceifou nobres poetas
Porem teve um galileu
Que quebrou as sua cetas
Pra Este você caiu
Seu aguilhão se partiu
E você não mas lutou
Não venceu mas foi vencida
Porque o Rei desta vida
Em poder ressuscitou.