CADÊ OS "PATRIOTAS"?
Por Gecílio Souza
O tempo desfaz a farsa
De forma clara e singela
Traz à tona a verdade
Que a conspiração não revela
Procura-se o esconderijo
Do coxinha tagarela
Que num passado recente
Vestiu camiseta amarela
Num surto de “cidadania”
Foi à rua bater panela
Recebeu bênção da mídia
E confetes da janela
Respaldou a infame “ponte”
Que não passou de pinguela
“Enforcou” o “lulismo-petismo”
Nas laterais da passarela
Apoiado e financiado
Por polpuda bagatela
Elegeu o pior congresso
Fez virar prefeito o Crivella
A FIESP e o império GLOBO
Assumiram a sua tutela
É aluno dos Marinho
Se alimenta da novela
O arauto da “honestidade”
Com os corruptos se nivela
Adentrou a classe média
Ou talvez já nasceu nela
Às vezes frequentou escola
Mas pela sabedoria não zela
Se achou o suprassumo
Quando foi visto na tela
Agrediu as diversidades
Ousou desdenhar da favela
Deu boas vindas aos golpistas
Que expuseram sua mazela
A ascensão dos impostos
É facada em sua costela
O “pato” lhe abandonou
Virou difunto sem vela
A crise visitou sua cozinha
Tem que apertar a fivela
O desemprego disparou
Tomou na cara e na rodela
Ergueu a bandeira da direita
O bolso está sem ruela
A cada dia que passa
Sua “economia” se esfarela
Abdicou-se do caviar
Para consumir mortadela
Foi defensor do impeachment
Sem fundamento ou cautela
Jamais fez algum protesto
Pelo avião do Perrella
Se esquiva de visitar
Os seus heróis lá na cela
Abandonou aeroportos
No buzu se encastela
Estão lhe tirando os direitos
Mas ele não se rebela
Já roubaram-lhe o cavalo
E lhe confiscaram a sela
Abusou da liberdade
E está ficando sem ela
Vão às redes sociais
Para publicar borrela
Analfabeto funcional
Ousa julgar a Venezuela
Tem ogeriza ao saber
Não sabe o que é caravela
Se a vergonha o interceptasse
O rosto pederia flanela
Difícil é encontrar pudor
Numa cara de gamela
E ele um dia infestou
A cidade e a corrutela
Desempregado e devendo
Topa até ser sentinela
Enquanto isso o governo
O salário mínimo congela
Começa a faltar comida
Para a criança e a cadela
O tiro saiu pela culatra
A bala atingi-lhe a canela
Vai desabafar nos bares
Beber e bater biela
Piedoso e crente em Deus
Com o diabo se atrela
E agora, ex-paneleiro
Abasteça a sua goela
Com o veneno que a direita
Lhe oferece na tigela
Jamais votei no Aécio
Quem votou já se escabela.