Vida
I
No dia em que eu morrer
Espero estar preparado
Pra deixar todos que amo
E por quem sou muito amado
Da morte não tenho medo
Mas não quero ir tão cedo
Vou resistir um bocado
II
Sei que não serei eterno
Um dia terei que ir
Mas não vou ficar pensando
Quando esse dia vai vir
Vou vivendo a minha vida
E a data da partida
Deixo pra Deus decidir
III
Mas quero falar da vida
Essa dádiva divina
Não vivo me lamentando
Nem maldigo a minha sina
Vou vivendo cada dia
Buscando a sabedoria
Que a vida me ensina
IV
Um dia colhendo flores
Em outro tirando espinhos
Um dia rindo e cantando
Em outro choro sozinho
Mas o saldo é positivo
E isso me dá motivo
Pra buscar novos caminhos
V
Amanhã será futuro
E não sei o que me espera
Mas também tudo será
Diferente do que era
Na vida nada é eterno
E depois de um inverno
Sempre vem a primavera
VI
A água que já passou
No rio, não volta mais
A onda que recuou
Não volta a bater no cais
O presente é apressado
E logo será passado
E não voltará jamais
VII
Esperar felicidade
Para o dia de amanhã
É abrir mão de viver
É filosofia vã
Não se pode programá-la
Você tem que conquistá-la
Tenaz, a cada manhã
VIII
Quem espera que o tempo
Lhe traga felicidade
Vai viver hoje infeliz
E amanhã com saudade
E quando a morte chegar
Por certo vai lamentar
A sua mediocridade