SAUDADE CERTEIRA

Minha terra tem mangueiras,

Trina lá o bem-te-vi,

Mesmo até em cerejeiras

Não o encontro por aqui;

Revirei até parreiras

Numa busca incessante,

Saudade bate certeira

Nesta terra tão distante.

Preferindo as laranjeiras,

Canta a bela sabiá

Sestrosa, namoradeira

Perto do jequitibá;

Fruto da mexeriqueira

Tem aroma irradiante

Saudade bate certeira

Nesta terra tão distante.

Canto raro, inconfundível

E elegante, o uirapuru

É visão inesquecível

Como grande Tuiuiú

Lá da fauna pantaneira

Cuja presença é marcante

Saudade bate certeira

Nesta terra tão distante.

Até mesmo os pardais

Bailam em coreografia

Vão e vêm em madrigais

Coordenada harmonia

Andorinhas em carreira

Ousam com voos rasantes

Saudade bate certeira

Nesta terra tão distante.

Quando chega o entardecer

Vem o sol fechar o dia

Espetáculo a se ver

No frescor da noite fria

Tomo um chá de erva cidreira

Um afago confortante

Saudade bate certeira

Nesta terra tão distante.

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Peço desculpas aos diletos recantistas pela infrequência

de minhas visitas. Por vezes, temos que surfar as ondas

que se nos apresentam – nem sempre as que gostaríamos...

Entre uma saudade e outra, eu apareço por aí em suas páginas.

Obrigado pela compreensão... Abraços, G

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Grato pela interação a lá "Zé Limeira" do poeta Zé Roberto:

O sol batendo na lua

A lua no delegado

A labuta continua

Arame de cercá gado

Viva o chefe da mangueira

Viva o toque do berrante

Saudade bate certeira

Nesta terra tão distante.

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Grato pela interação da poetisa SanCardoso:

MINHA TERRA...

Minha terra é mais adiante

Têm tudo simples, encantador

Aonde a natureza gritante

Acorda em prece ao Senhor

Caboclo a tocar o berrante

A Padroeira segue no andor

Alegria do dia é constante

Na labuta ou nas carreiras

Saudade bate certeira

Nesta terra tão distante.

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Grato pela interação da poetisa Ahavah:

Ausente da minha Pátria

Meu Brasil, belo Gigante

Terra de gente guerreira

de riquezas abundandantes

O que faço aqui tão longe

Nessa Terra estrangeira?

A saudade é moradeira

Nesse meu coração errante!

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Grato pela interação do poeta Jota Garcia:

Por que foste pra tão longe

Lugar distante pra daná

Embrulhado feito um monge

Por causa do frio de lá

Com tanta neve é bonito

Mas não dá pra se morá

Acho até esquisito

Eu que gosto de platá

Viver num lugar restrito,

Só neve, nem Cana dá.

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George Gimenes
Enviado por George Gimenes em 23/10/2017
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6150731
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