MENDIGO

Mendigo por inclemência

Mas vivi tempos de glória

Não me julguem a aparência

Ninguém sabe a minha história

Por ninguém tenho despeito

Mereço, ao menos, respeito

Nesta vida compulsória.

Há muito foi-se a jactância

Pelas sendas da memória

Só revivo com instância

E saudade merencória

Um amor que foi desfeito

Mereço, ao menos, respeito

Nesta vida compulsória.

Aos olhos da sociedade

Consideram-me a escória

Ânsia pela liberdade

Clama ao alto por vitória

Pra na lida dar um jeito

Mereço, ao menos, respeito

Nesta vida compulsória.

Quiçá possa brevemente

Contar uma outra estória

Um resgate compungente

De Deus mudança notória

Por fora e dentro do peito

Mereço, ao menos, respeito

Nesta vida compulsória.

( expandindo a minha simples interação

ao magnífico e erudito soneto "O Mendigo"

de Ricardo Camacho, o Poeta Carioca:

http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6128780 )

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Grato pela interação, poetisa SanCardoso:

Dessa vida compulsória

Nem abrigo, nem respeito

Cada um com sua história

Pra se viver não tem jeito

Os desmandos dessa escória

Gritam tanto batem no peito

Defendem sua pele sua Vitória

Desabrigados de sonho desfeito

Que arrumem outra estória

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George Gimenes
Enviado por George Gimenes em 20/10/2017
Reeditado em 27/10/2017
Código do texto: T6147886
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