A CARREIRA DE AÉCIO

A CARREIRA DE AÉCIO

Miguezim de Princesa

I

Me disse um velho tucano,

Perto de Carrapateira,

Que o ínclito Aécio Neves,

Nesta Nação brasileira,

Com a decisão do Senado,

Vai retomar sua carreira.

II

Teve até uma caganeira

No dia em que suspendeu;

Cinco rolos de papel

Que uma empresa lhe deu,

Com a marca Neves estampada,

Ele usou, quase morreu.

III

A decisão do Supremo

Deixou ele muito irado,

Ficou com a venta fungando,

Bem nervoso e irritado:

- Cadê a minha carreira? -,

Gritava, desesperado.

IV

- Sem minha carreira eu não vivo -,

Disse pra Zezé Perrela.

- Não ando mais de helicóptero,

Não tenho broche na lapela.

Mas diga aí, Seu Zezé,

Que boa parada era aquela?

V

Foí aí que o Senado

Promoveu um acordão

Para desfazer de vez

Do Supremo a decisão:

Devolver numa bandeja

A carreira do pidão.

VI

Aécio Neves ficou

Com uma fama bem malina

De ligar a toda hora,

Cobrando sua massa fina,

E assim ficou conhecido

Como o “Chato da Propina”.

VII

A jornalista da Globo,

Seu olho quase mareia,

Transmitindo a cobertura

Desse chave de cadeia:

Sempre que falava “Aécio”,

Ficava com a boca cheia.

VIII

Um nobre paraibano

Estava de venta acesa,

O olho muito brilhante,

Discursando com certeza

Que Aécio agora estava

Com a carreira na mesa.

IX

Ele trazia um canudo

Na medida do nariz,

Brandia ele a cada voto

Com jeito de chamariz

E dizia assim: - É hoje

Que a gente fica feliz!

X

Depois rumaram pra farra

Lá dentro do Piantela:

Beberam até altas horas,

Esvaziaram a panela

E então voaram pra Minas

No avião de Perrela.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 19/10/2017
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