ESCOLA SEM (TEM) PARTIDO

Por Gecílio Souza

Movimento Bobos Lunáticos

Que tiveram o ego ferido

Resolveram pôr em ação

O seu espírito ressentido

Propalam a liberdade

Duvido que tenham lido

Uma página sequer

Algum liberal reconhecido

Tais como Hayek e Smith

Se leram nada foi entendido

Negam sociologia e história

Dizem ser tempo perdido

Sabotam a filosofia

Por meio de juizo invertido

Adoram Olavo de Carvalho

O jornalista deprimido

Manipulador de consciências

Falso filósofo vendido

Desposaram o pastor Feliciano

Aquele Bofe arrependido

Têm caso com o Malafaia

Pseudo psicólogo atrevido

Que nada em rio de dinheiro

Sem se sentir constrangido

Falsos pregadores e obreiros

Com império construído

E às custas da fé alheia

Só têm se enriquecido

Os pensadores deles são

O Frota, um tolo despido

João Dória e Boçalnaro

Um é cagado, o outro cuspido

Lobão e Zezé Di Camargo

Congestionadores de ouvido

Um tal Rodrigo Constantino

De um pedantismo descabido

Marco Villa e Reinaldo Azevedo

Cassandras do alarido

Donald Trump, o louco

Como guru foi ungido

Pela extrema direita doente

Ao novo moralismo fingido

O político não político

É um ditador enrustido

É o antigo envernizado

Ignorante torpe e travestido

O perfil do seu seguidor

É de coxinha empedernido

Essa gente causa inveja

Ao PCC reunido

Têm pavor de bibliotecas

Decoram texto resumido

Curtem a Globo e Sérgio Moro

E seu o projeto falido

Eis que o termo esperança

Pelo ódio foi substituido

Sistematicamente o decálogo

Por eles é desobedecido

Seu apego à tradição

Não tem lógica nem sentido

Defendem a pena de morte

Para quem consideram bandido

Confundem vingança com justiça

É um cristianismo apodrecido

Que mitiga e infantiliza

Um público entorpecido

Ousa subjugar a cultura

Ao seu propósito corrompido

Mancomunado e gestado

Em algum cérebro poluido

De onde o saber profundo

Jamais foi instituido

O entulho autoritário

Que imaginávamos esquecido

Ressurge voraz e faminto

Com o seu ódio incontido

Um regime que outrora

Nas praças foi repelido

Os seus nostálgicos desejam

A volta do Estado bandido

Saquearam o Brasil rico

Desdenham do Brasil falido

Percebe-se que a intolerância

É couro velho curtido

Nos porões da sociedade

Latente e não adormecido

Quem pensa comete crime

E tem que ser logo punido

Não duvido que em breve

Platão será por eles banido

Da galeria dos sábios

Por haver então emitido

Do alto da filosofia

Um juízo veraz e doído

O castigo dos homens bons

Que da política tenham se omitido

É serem governados pelos maus

Tornando o povo oprimido

O acervo de Aristóteles

Poderá ser destruido

Sócrates, o grande sábio

Não deveria ter nascido

Locke, Rousseau e Kant

No túmulo têm se mexido

Karl Marx, Nietzsche e Rawls

O trio deve ser aplaudido

Paulo Freire, o educador

Sistematicamente agredido

Todos os clássicos citados

Não deveriam ter morrido

O momento está sombrio

Mas creio será revertido

Ante o exposto, doravante

Fica assim estabelecido

Só será doutor quem tiver

O doutorado concluido

Não se faz genuflexão

A bacharel auto-presumido

Leu sinopse e plagiou

O diploma é controvertido

São eles a saga e as crias

Da escola sem (tem) partido

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 01/10/2017
Código do texto: T6129960
Classificação de conteúdo: seguro