O desafio do nó
Autores: Silvano Lyra (autor do mote) e Edmilton Torres
Glosa de Silvano Lira
Qual Capital da Cultura?
Diga a do frevo também
Que entende por amém?
Mostre toda compostura
Qual bicho que a terra fura?
Que nome a ele se deu?
Se sabe porque já leu
Sua resposta eu vou ter
Desate que eu quero ver
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Não conte vitória ainda
Não conheces meu cacife
Pois a do frevo é Recife
E da cultura é Olinda
Quando a oração se finda
“Assim seja” – Entendo eu
Há muitos bichos, esqueceu?
Que furam qualquer terreno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Agora desate o nó
Que eu dei com uma só mão
Quem foi o Rei do Baião
E a Capital do Forró?
Qual a virtude de Jó?
Que na bíblia você leu
Demonstre que aprendeu
A dar nó e desfazer
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Mesmo que seja nó cego
Desato sem pôr a mão
Luiz, o Rei do Baião
Caruaru eu não nego
Respondo sem nenhum ego
A Capital de quem leu
Jó, mais íntegro que eu
Também retidão aceno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Quem foi o Rei do Cangaço?
Diga quem mandava nele
Ao dizer quem matou ele
Diz se assiste no pedaço
Canga Gay Rosa com Laço
Se a igreja se rendeu
Diz se em Serra já choveu
Fala se é bom pra viver
Desate que eu quero ver
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Lampião, Rei do Cangaço
Era quase um sibarita
Quando Maria Bonita
Lhe envolvia em seu regaço
João Bezerra com um balaço
O cangaceiro abateu
Como em Serra já choveu
O clima está mais ameno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Parada gay não assisto
Pois acho uma coisa à toa
Qual veículo que voa?
Quem batizou Jesus Cristo?
Me diga o que é um xisto
Quem condenou Galileu?
Se a igreja se rendeu,
Foi para sobreviver
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Lançar, Holandeses vão
Esse carro inovador
Batizou meu Salvador,
João Batista, no Jordão
Sei que xistos, rochas são
E petróleo isso já deu
Quem condenou Galileu?
A igreja que eu condeno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Edmilton Torres
Lá vai um nó arrochado:
Qual o troço conhecido
Que não pode ser comido
Mas que pode cercar gado?
Qual bico anda de lado?
Qual a “Classe” do Chofreu?
O que foi que aconteceu
Com a máquina de escrever?
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Gado cerca com arame
Ou talvez com avelós
Não “como” antes nem após
Avelós me dá vexame
Caranguejo, fiz exame
Anda de lado e não eu
Icterus é Chofreu
De escrever não mais aceno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Fale sobre a gestação
Da gata e também cadela
Mãe coala, fale dela
Mãe bacalhau, na moção
Por pena e ser campeão
E sem saber se já leu
Tão conscientemente eu
Diminuí carga e sofrer
Desate que eu quero ver
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
De oito a nove semanas
Para gatas e cadelas
Coalas, menos que elas
Cinco apenas, as fulanas
Bacalhaus têm barbatanas
E são ovíparos – Oh! Meu!
Depois que a ova desceu
São dois anos, nunca menos
Achei frouxos e pequenos
Os nós que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Gosto de nó arrochado
Que deixa calo no dedo
Quem foi João Figueiredo?
E qual foi o seu legado?
Depois diga de que lado
Da xícara em que bebeu
Fica a asa, porque eu
Agora quero saber
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Chamado João dos cavalos
O nosso ex-presidente
De Lula foi diferente
Por abrir mão dos gargalos
Militarismo e seus calos
Através dele morreu
A xícara que ele bebeu
Foi de polipropileno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Árvore que é combustível
Cite dois homens notáveis
Energias renováveis
Diga qual a mais incrível
Cite um ditador terrível
E em que ano morreu
Seja bem maior que eu
Sem precisar se tremer
Desate que eu quero ver
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
De uma forma simbólica
O carvão é um vegetal
Um desastre ambiental
Que deixa a terra com cólica
Eu sou mais fã da Eólica
Mas, a Solar aqueceu
Mais notáveis do que eu
Pelé e Galvão Bueno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Pinochet, jugo chileno
Que burlou todas as leis
Morreu em dois mil e seis
Sem glória. Ficou pequeno
Para que serve o Benzeno?
Onde fica o Coliseu?
E quem foi que o ergueu?
Não erre quando escrever
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Hidrocarboneto tem
Benzol formulando aroma
O Coliseu fica em Roma
Que é monumento também
Vespasiano, fez bem
Como imperador, rendeu
Posteridade atendeu
Em cada vênia ou aceno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Amar nossa natureza
Nisso empatamos, nós dois
Não deixe para depois
Sem lenga-lenga ou moleza
Respingue sua grandeza
Sobre as flores que já leu
Dez, diga em seu apogeu
Mesmo sem poder colher
Desate que eu quero ver
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Falar só de uma dezena?
Você vai me pedir bis
Dália, Lírio, Flor-de-lis
Tulipa, Lotus, Verbena
Violeta e Açucena
A rosa em seu apogeu
Meu Girassol floresceu
E meu jardim ficou pleno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Já que o tema é natureza
Não quero criar entraves
Então me cite dez aves
Seres de rara beleza
Porque você, com certeza
Muitas delas conheceu
Não vale citar Chofreu
Essa não quero rever
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Asa Branca, Águia, Falcão
Carão, Fragata, Biguá
Pavãozinho do Pará
Pinguim, Ema e Faisão
Garça, Irerê, Mergulhão
Dez, vi no pedido seu
Maguari e Jacu; eu
Quinze pus, pra ser ameno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Cite Estados do Nordeste
Diga em qual impera o “visse”
Quem foi que em Olinda disse?
Eita nó cabra da peste!
Poesia é que te veste
De ti sou quem mais sofreu
Mas Silvano reviveu
Pra ver você padecer
Desate que eu quero ver
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
A poesia que me veste
É a que veste Silvano
Que falou, se não me engano
“Eita nó cabra da peste!”
O “visse” no meu Nordeste
Alagoas entendeu
A Paraíba aprendeu
Mas em Pernambuco é pleno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Com Ceará e Bahia
Eu completo os cinco estados
E lhe cobro resultados
Pra dar sequência à poesia
Duas capitais, queria
Das que você conheceu
Qual foi a que mais cresceu?
E o que a fez crescer?
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Salvador e Fortaleza
Estive pessoalmente
Vi crescer principalmente
Foi Salvador com certeza
Indústrias trouxe grandeza
Orgulho ao Nordeste meu
Mas Fortaleza cresceu
Com turismo em seu terreno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Quantos paus tem a jangada?
Fita azul diga qual time
Fale sobre queixa crime
Se a esposa é namorada
Ao dar uma examinada
Qual Seleção que cresceu?
Fale se o Náutico venceu
Ou se manteve a perder
Desate que eu quero ver
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Seis paus (mínimo), a jangada
Santa Cruz (Setenta e nove)
Queixa crime? Há que se prove
Numa ação penal privada
Minha esposa é namorada
Com Tite o Brasil cresceu
Já o Náutico, hoje perdeu
Dentro do próprio terreno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Qual o significado
Do seu nome de batismo?
Praticante de ciclismo
Em que troço anda montado?
Depois diga em qual Estado
Getúlio Vargas nasceu
E como foi que morreu?
Você sabe responder?
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lyra
Silas, o mesmo Silvano!
Conforme a Bíblia Sagrada
Gosta quando ela é montada
Bicicleta em qualquer plano
Getúlio Vargas fez dano
Baita gaúcho, morreu
Atirando em peito seu
Acima do duodeno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Silvano Lira
Suíça pernambucana
Diga nome e onde fica
Grande atração, dê a dica!
Pois você nunca se engana
Qual a Feira soberana
Que Gonzagão descreveu?
Disse num sucesso seu
O que tinha pra vender
Desate que eu quero ver
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Com encantos e esplendores
Planalto da Borborema
Garanhuns é um emblema
Com seu Relógio de Flores.
Caruaru com louvores
Pro mundo todo vendeu
Na feira que a engrandeceu,
De tudo, menos veneno
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Silvano deu
Glosa de Edmilton Torres
Quem foi que nasceu primeiro?
Foi o ovo ou a galinha?
O que escreveu “Caminha”?
Sobre o solo brasileiro
E sobre o Rei do Terreiro
Diga lá amigo meu
Que papel ele exerceu
Para a penosa nascer?
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Edmilton Torres
Revelar eu não iria
Segredo tão bem guardado
Não fosse o ovo galado
O pinto não nasceria
“Caminha” escreveu um dia
Quando o Brasil conheceu
“Aqui quem plantou colheu.
Tudo dá nesse terreno”.
Eu achei frouxo e pequeno
O nó que Edmilton deu
Glosa de Edmilton Torres
Quem deu o nó mais famoso?
E quem foi que desmanchou?
Qual artifício ele usou?
Esse homem poderoso.
Pra tirar um dez pomposo
Demonstre que aprendeu
Senão responderei eu
Pro mundo todo saber
Desate que eu quero ver
O nó que Edmilton deu
Glosa de Edmilton Torres
Na Frígia, Ásia Menor
Foi de Górdio, a empreitada
Alexandre, com a espada
Provou porque foi maior
Um dez não me faz melhor
Nem você pior que eu
Nenhum de nós dois venceu
Terminamos empatados
Os nós foram desatados
Com o dom que Deus nos deu