UM PRESENTE PARA KING JONG-UN
UM PRESENTE PARA KING JONG-UN
Miguezim de Princesa
I
Um cabra do Ceará,
Tomado de melopreia,
Em frente à televisão,
Teve uma excelente ideia
De acabar com as presepadas
Do ditador do Coreia.
II
Chico de Zé de Alvelino
Não consegue acreditar
Como é que um país
Do tamanho do Ceará
Fica ameaçando o mundo
Com uma bomba nuclear.
III
Disse ele se fosse Trump
Iria pra Coreia do Sul
Com cinqüenta cangaceiros,
Armados de balaú
E espingarda soca-soca
Dessas de matar jacu.
IV
Infiltrava uns bate-pau
Com os olhos repuxados
Da colônia oriental
De São Paulo, um grande Estado,
Com umas faixas desenhadas
Tudo proletariado!
V
Contratava um artesão
Perto de Cafarnaum,
Ao lado de Irecê,
Depois de lugar nenhum,
Para fazer uma estátua
Do grande Kim Jong-un.
VI
Enchia de bufa de véia
E pólvora do estrangeiro,
Armazenada em Princesa,
Bem por detrás do terreiro
Onde fabrica foguete
Mestre Pedro Fogueteiro.
VII
Raminho relojoeiro
É quem vai organizar
Uma bomba de relógio,
E João Bonitim montar,
Pra esconder na estátua
E na hora certa estourar.
VIII
Mistura prego caibrar
Com dois quilos de feijão,
Cinco quilos de jabá,
Quilo e meio de rubacão,
Umas linguiças da Friboi
e as tripas de um barrão.
IX
Uma cueca encardida,
Perdida na passeata,
Uma calçola fedida,
Achada na carreata
Em apoio ao ditador,
Feita por Luiz Bravata.
X
Quando a estátua explodir,
Vocês vão ver a resposta:
O ditador vai sumir
Sem nem fazer uma proposta.
Por anos a Coreia do Norte
Vai sentir no ar bem forte
Somente o cheiro de bosta.