A fonte do desejo.

No exterior da alma

Há a fonte do desejo

Tem em si a velha calma

E também algum ensejo

De dizer que não se acalma

Porque vê o que eu não vejo.

Sempre diz velhas palavras

Não lhe ouvem quando diz

Pois também suas palavras

São escassas de verniz

E por serem sempre bravas

Dispensaram o que eu quis.

Só garante o que não dá

Nega tudo quanto tem

Nunca sabe aonde está

Muito menos donde vem

E assim, tal qual babá,

Vai cuidando de alguém.

Não vê sorte no caminho

Seu destino é só vagar

Segue o destino sozinha

Sem desejo de voltar

Vai num corpo arrumadinho

Mas não tem a quem amar.

Vai colhendo as más sementes

Que muitas vezes plantou

Seu trabalho é persistente

Mas mostra que mal obrou

É uma pobre indolente

Que a si mesma enganou.

Sua esperança finda

Quando é escravizada

Para um corpo que ainda

Não estava preparada

E ainda que desminta

Vai ser sempre mal amada.

Seu andar interior

Só a leva a um vespeiro

Lá encontra o desamor

E também o desespero

Se recusa a ver a dor

Como parte do tempero.

Desconhece a alegria

Que alguns conseguem ver

Pois deseja todo dia

O que não podemos ter

Toda carta de alforria

Está sempre no querer.

Temos corpo e somos alma

Mas talvez não cogitamos

Que a paz que há na calma

É o amor que sempre damos

Pois não há nada que acalma

Como a paz que ofertamos.

Nosso ser exterior

É assim bem diferente

Pode ser um sofredor

Com o mal ser conivente

Ou pras coisas do amor

Ser mais um indiferente.

As palavras que se falam

Sobre as almas que se amam

Na verdade as que se calam

São quem na verdade amam

Pois as dores que embalam

Não premiam as que reclamam.

Sou um ser exterior

Mas estou a Deus unido

Pela força do amor

Que dá vida à nossa vida

Sigo o pacificador

Por ter vida bem vivida.

Renato Lima
Enviado por Renato Lima em 10/09/2017
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