SINHÁZINHA ENFURECIDA
O afago da cama balançava
A névoa na janela suspeitava
Que na casa do senhor Simão
Sinházinha na boca do fogão
Tava brava portando uma faca
Zé das Noivas sabendo da notícia
Na sua caminhoneta logo apareceu
Tava feito roupa de pai-de-santo
De tanto que sua pele embranqueceu
Seu Filó que sempre lhe ajudava
Nas noitadas de caçada na mata
Trazia na cintura uma paca
No ombro um feixe de lenha
Bêbebo e melado de cachaça
Sinházinha tava enfurecida
Velho Zé num guentava em pé
Pois junto da companhia de Filó
Passaram pelo centro da cidade
Fizeram festa com a mocidade
Dançando muito Forró Bodó
Comeram buchada de bode
Sobremesa, caldo de mocotó
Sinházinha igual besta esperando
Os bonitos que tavam farreando
E não traziam logo as caças
Pra festança de noite na praça
Da noiva filha de senhor Simão
E bisneta de Mané Cipó