GECILOSOFIA - EU ABERTO
Por Gecílio Souza
Sou uma casa ambulante
Onde a minha essência mora
Este ser frágil e pensante
Cai e se levanta a toda hora
No caminho sou caminhante
Sem bagagem indo embora
O terreno é derrapante
A coragem é minha escora
Quando o trecho é estafante
A noite me colabora
Descanso um pouco adiante
E espero o raiar da Aurora
Tenho duas portas de diamante
Por onde o meu ser se aflora
Em movimento constante
Se abrem para dentro e para fora
Uma se abre ao visitante
A me conhecer sem demora
A outra me abre ao semelhante
Onde a confiança se ancora
Sem interesse pedante
Quem confia não explora
O meu coração pulsante
Não mendiga nem implora
Mas abriga como habitante
A quem seu compasso decora
Venha comigo a todo instante
E comece desde agora.
G. S.