CONTOS BREJENSES VOL 2 -O CORTADOR DE CANA

Cordel de título rural 01

Vou aproveitando o ensejo

Versando figura importante

O batalhador sertanejo

Um representante cultural

Na agricultura é vital

Muitas felicidades desejo

Dia do sertanejo começa 02

Com galo a cacarejar

Peão disposto se apressa

Ração dos bichos tirar

Arruma-se, toma café

Chapéu de palha ou boné

Pro sol não incomodar

Com a foicinha na mão 03

Sobe e desce ladeiras

Procurando diária alimentação

Capins e plantas rasteiras

Cardápio de animais do sertão

Colhidas e picadas no facão

Ou nas elétricas forrageiras

Comida enche balaios 04

Sertanejo vai ao curral

Põe bezerro pra mamar

Depois aparta animal

Banquinho pra acomodação

Ai ordenha com perfeição

Ruminante tão essencial

Observando estilo de vida 05

Eu consegui observar

Rotina pesada e sofrida

Que resolvem trilhar

Trabalhar em outros estados

Braços e resistência usados

Dinheiro suado a conquistar

São comuns pelo Nordeste 06

Esses “valentes” da agricultura

Que botam corpo e alma

Nesta produtiva monocultura

Alavancam o progresso

E dele fazem acesso

Em sua anual aventura

Brejo da Madre de Deus 07

Em sua zona rural

Achamos tais exemplos

Profissionais sem igual

Conheça agora a trajetória

Traçada na real história

Dos heróis do canavial

Cavalo Ruço é o lugar 08

Onde tudo começou

Um vilarejo brejense

De povo trabalhador

Desafio a altura

No corte se aventura

Mão de obra de valor

Março, Abril, é hora 09

Da viagem iniciar

Emoção toma conta

Do ambiente familiar

Momentos emocionais

Despedir, amigos e pais

Faz o peão desmanchar

Ônibus deixa cidade com 10

Sonhos e matéria humana

Ideais de propriedade

De um futuro bacana

Muito serviço é certo

O cabra deve ser esperto

Arrochar o facão na cana

Primeiro contato com lugar 11

O matuto é testado

Pelo, excesso de fuligem

Incomodam um bocado

Clima quente e mosquito

Corpo fica só o pito

Quando dia tem acabado

Nesta profissão escolhe-se 12

O salário a ganhar

Quando mais se colhe

Mais se tem pra faturar

O experiente bota furando

O novato vai aumentando

O ritmo de trabalhar

Com um mês de trabalho 13

Primeira seleção natural

Iniciantes neste emprego

Que não aguentam canavial

Pensando que era moleza

Acabam tendo surpresa

Voltando a terra natal

Quem resiste ao processo 14

Faz o difícil adaptar

Pega meses de colheita

Tudo que neles há

Vive-se com muita gente

E preciso ser paciente

Desgastantes semanas suportar

Quando repõem energia 15

Mais uma a superar

Comida grosseira e fria

Mandada pra almoçar

A fome faz o apetite

Depois vem a gastrite

Bucho que não acostumar

Terminando a temporada 16

Trabalhador arruma visual

Outra vez na estrada

Planeja uso do capital

Chegando em sua cidade

Mata torturante saudade

Finaliza peleja anual

Jonnata Henrique 23/08/17

JonnataHenrique
Enviado por JonnataHenrique em 23/08/2017
Código do texto: T6092231
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